Bangladesh diz que conteve epidemia nos campos de refugiados rohingya
As autoridades do Bangladesh afirmaram hoje que a epidemia do novo coronavírus foi "contida com sucesso" nos campos de refugiados da minoria muçulmana rohingya no país, apesar do baixo número de testes realizados.
© Lusa
Mundo Covid-19
Quase um milhão de membros dessa minoria, perseguida em Myanmar (antiga Birmânia), vive em extrema pobreza em gigantescos campos de refugiados sobrelotados, situação que alarma os epidemiologistas desde o início da pandemia de covid-19.
Com apenas cinco mortes atribuídas à doença covid-19 nos campos, entre os 54 casos relatados, a epidemia foi contida "com sucesso", disse na segunda-feira à agência de notícias AFP o comissário de refugiados do Bangladesh, Mahbub Alam Talukder.
Ao comparar esses números com os do resto do distrito de Cox's Bazar (60 mortes de 2.776 casos confirmados), a região do sudeste de Bangladesh onde os campos estão localizados, as autoridades locais consideram um sucesso a sua estratégia para conter o vírus na comunidade rohingya.
As autoridades de Bangladesh encerraram o acesso aos campos no início da epidemia, permitindo apenas trabalhadores humanitários essenciais à distribuição de alimentos e assistência médica, e tomaram outras medidas sanitárias.
Apesar das declarações das autoridades do Bangladesh, apenas 724 rohingyas, numa população de quase um milhão de pessoas, foram alvo de testes ao novo coronavírus e os mortos nos campos também não são testados para o vírus que causa a doença covid-19.
"Muitas pessoas sofreram de gripe sazonal, dores de cabeça, dor e diarreia nas últimas semanas", disse à AFP Mohammad Shafi, professor que pertence à minoria e que vive em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo.
"E a maioria deles não foi para hospitais. Em vez disso, obtiveram medicamentos em farmácias" estabelecidas nos campos, acrescentou o professor.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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