Parlamento egípcio autoriza militares a concorrerem às eleições
O parlamento egípcio aprovou hoje uma lei que autoriza os militares, até agora proibidos de exercerem atividade política, a concorrerem às eleições presidenciais, legislativas e locais, indicou a Comissão nacional dos media.
© Reuters
Mundo Militares
Até ao momento, os membros das Forças Armadas estavam oficialmente remetidos ao dever de reserva e proibidos, por uma lei em vigor desde 1959, de exercerem qualquer atividade política.
Os deputados aprovaram hoje um projeto de lei que autoriza os "militares em exercício ou que terminaram o seu serviço" a apresentarem-se aos três géneros de eleições representativas "após terem obtido o acordo do Conselho supremo das Forças Armadas (CSFA)", indicou a instituição oficial na sua página digital.
O CSFA, uma poderosa entidade na cúpula das Forças Armadas, é dirigida pelo Presidente Abdel Fattah el-Sisi, ele próprio um antigo marechal, desde 2014.
Durante muito tempo considerado um conselho de sábios, foi designadamente responsável por supervisionar o período de transição que ocorreu após a revolta popular de janeiro-fevereiro de 2011 e que provocou a queda do antigo presidente Hosni Mubarak.
O Egito é dirigido por militares desde 1952, à exceção de um breve período na sequência destas inéditas manifestações e da rebelião popular.
O exército, definido como o protetor do povo, é omnipresente na sociedade e a sua função acentuou-se nos últimos anos na economia egípcia.
No poder desde 2013 após ter destituído num golpe de Estado Mohamed Morsi, o único chefe de Estado egípcio civil e eleito democraticamente, El-Sisi foi eleito Presidente em 2014 e depois em 2018, em eleições com reduzida taxa de participação.
Em abril de 2019, uma controversa revisão constitucional que previa o prolongamento da presidência de El-Sisi e o reforço dos seus poderes, foi aprovada em referendo com 56% de abstenções, segundo os números oficiais.
Alguns meses mais tarde, em dezembro, Sami Anan, antigo chefe de estado-maior que foi detido após ter anunciado a sua candidatura às últimas presidenciais cntra El-Sisi, foi libertado após um ano e meio de detenção. Diversas ONG de direitos humanos incluem o Egito entre os regimes mais repressivos de todo o mundo.
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