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Protestos Quénia contra suspeito de matar em conflito por desinfetante

A população de uma cidade na região ocidental do Quénia incendiou uma esquadra e danificou vários veículos após um polícia ter, alegadamente, provocado a morte a um homem devido a um conflito derivado da venda de desinfetante contrafeito.

Protestos Quénia contra suspeito de matar em conflito por desinfetante
Notícias ao Minuto

17:12 - 06/07/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Segundo um relatório da polícia, noticiado hoje pela agência Associated Press, os vários residentes de Rioma, no condado de Kisii, invadiram a esquadra local na noite de domingo, depois de um agente ter, alegadamente, abatido um comerciante que acusava de vender desinfetante contrafeito.

O documento acrescentou que a multidão terá atirado pedras contra a esquadra, ferindo cinco agentes, e provocado incêndios que danificaram os escritórios da polícia e várias viaturas das forças de segurança.

De acordo com a agência noticiosa, o agente que terá matado o comerciante está detido.

Esta é a segunda vez que a população no Quénia protesta, de forma violenta, por alegados assassinatos pela polícia.

No final de junho, duas pessoas morreram numa pequena cidade perto do Vale do Rift, onde a casa do chefe da polícia local foi também incendiada.

Os confrontos entre polícia e residentes tiveram início após as forças de segurança terem, alegadamente, matado um moto-taxista por não utilizar uma máscara de proteção.

Nas últimas semanas, ativistas da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) têm contestado as mortes de civis atribuídas à polícia queniana durante a aplicação das medidas decretadas para a contenção da propagação da covid-19 no país.

A HRW acusou ainda os agentes de utilizarem as medidas para extorquirem a população através de subornos.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos consideram a polícia do Quénia como a instituição mais corrupta do país, assim como a mais mortífera.

Nos últimos três meses, 22 pessoas, incluindo um rapaz de 13 anos, foram mortos pela polícia durante a aplicação das medidas de contenção da covid-19, alegam os ativistas.

Desde o início da pandemia, o Quénia regista 8.067 casos de infeção pelo novo coronavírus, incluindo 164 mortes.

A aplicação das medidas de contenção implicou múltiplas restrições à subsistência da população, uma vez que estas limitaram a deslocação e, consequentemente, a economia informal.

O Presidente do país, Uhuru Kenyatta, cedeu à pressão e aliviou algumas das medidas que limitavam a deslocação para e da capital, Nairobi, da segunda maior cidade, Mombasa, e do condado de Mandera.

A limitação das viagens pretendia evitar a propagação da doença provocada pelo novo coronavírus para as populações rurais até que os hospitais estivessem preparados para lidar com a covid-19.

No entanto, a aplicação de um recolher obrigatório noturno continua.

Kenyatta apelou à população para adotar um "otimismo cauteloso e evitar imprudência" nas saídas, alertando que se a situação voltar a representar um desafio para a estrutura sanitária do país irá admitir um confinamento obrigatório geral.

Em África, há 11.360 mortos confirmados em mais de 476 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 534 mil mortos e infetou mais de 11,47 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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