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Divergências entre Turquia e UE emergem durante visita de Borrell

As divergências entre a Turquia e a União Europeia (UE) emergiram de imediato durante as conversações de hoje, no primeiro dia da visita de trabalho a Ancara do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, que termina na terça-feira.

Divergências entre Turquia e UE emergem durante visita de Borrell
Notícias ao Minuto

17:00 - 06/07/20 por Lusa

Mundo Turquia

Após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, o alto representante para a Política Externa da UE admitiu aos 'media' que "a situação está longe de ser a ideal" e que o objetivo da sua visita consiste em "reduzir tensões".

Em conferência de imprensa conjunta após o encontro, o dirigente turco censurou abertamente a UE por misturar assuntos técnicos com políticos, como o acordo sobre os refugiados e as tensões no Mediterrâneo oriental.

Um dos temas da discórdia consiste no contencioso entre Nicósia e Ancara sobre a exploração de gás natural em águas que Chipre considera incluídas na sua zona económica exclusiva, enquanto Ancara insiste que nenhuma parte deve beneficiar das prospeções em curso antes da resolução do conflito na ilha dividida.

"O lado grego considera-se o único dono da ilha e a UE apoia-o. Disse a Borrell que a UE deve ser parte da solução e não parte do problema. Se a UE passar a afirmar-se como um mediador justo, equidistante, podemos trabalhar com ela", disse Çavusoglu.

Após Borrell insistir na necessidade de manter boas relações entre Ancara e Bruxelas, Çavusoglu respondeu de forma contundente: "Isso será a sua posição pessoal, não duvido da sua boa vontade. Mas nem todos os países da UE pensam assim. Essa é a realidade. A França exige que terminemos as nossas operações contra o PKK [o proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão] na Síria".

O ministro também acusou Paris de "não atuar com sinceridade" em torno da guerra na Líbia, outro ponto de conflito turco-europeu, ao apoiar o marechal rebelde Khalifa Haftar contra o Governo de Tripoli, reconhecido pela UE e Nações Unidas e que a Turquia apoia com tropas e armas.

Borrell admitiu que "o Mediterrâneo Oriental é uma região crítica para a UE, pelo que a estabilidade e as boas relações de vizinhança são importantes, porque nada se pode resolver de forma unilateral".

Sublinhou ainda que Chipre é membro da União Europeia, mas não repetiu a exigência, emitida durante a sua visita à ilha em finais de junho, de que a Turquia ponha termo às suas prospeções energéticas "ilegais" nas águas próximas de Chipre.

Após o encontro com o chefe da diplomacia de Ancara, Borrell reuniu-se ao início da tarde com o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, numa visita que termina na terça-feira.

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