Oposição apela para "rebeldia" para alcançar "segunda independência"
A oposição apelou hoje para que os venezuelanos se mantenham "em rebeldia" contra o governo do Presidente Nicolás Maduro, para alcançarem a "segunda independência" da Venezuela.
© Reuters
Mundo Venezuela
"O caminho da rebeldia contra a tirania é nosso dever constitucional", disse o fundador do partido opositor Vontade Popular.
Refugiado na Embaixada de Espanha na Venezuela, Leopoldo López interveio na ação "Congresso de Unidade Nacional" que assinalou o 209.º aniversário da assinatura da Ata da Independência da Venezuela em 5 de julho de 1811.
"Temos 20 anos de uma ditadura que nos oprime, uma emergência humanitária complexa, com mais de 5,5 milhões de (e)migrantes. O desafio é ainda maior", disse.
O líder da oposição Juan Guaidó, que até janeiro fez parte do Vontade Popular, instou os venezuelanos a não participarem "em falsas eleições", em alusão às legislativas previstas para 6 de dezembro.
"Apelo a todos os setores para que não participem nas falsas eleições. Revelar-nos hoje, é um dever, não apenas um direito. Ninguém nos dará nada. Os direitos não se mendigam, exigem-se e defendem-se. Chamo-vos (venezuelanos) a não ter medo, a estar juntos, unidos e mobilizados", disse durante a sua intervenção no encerramento do Congresso de Unidade Nacional.
Segundo Guaidó o Palácio Federal Legislativo, onde funciona o parlamento, está "sequestrado pelo regime desde janeiro último, mas a oposição está decidida a ser livre".
"Revelar-nos é um dever, devemos fazer uso do poder internacional até onde for possível (...) devemos construir um Governo de Emergência Nacional que nos permita sair da crise, recuperar a nossa independência", disse.
Segundo o opositor a luta da oposição tem dado frutos e o plano é "fazer a vida impossível à ditadura".
"Acabou-se o teu tempo Maduro. O povo da Venezuela abraça a possibilidade de um futuro. Acabou-se o tempo da ditadura, digo-o com conhecimento", disse dirigindo-se ao Presidente venezuelano.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres no país.
Juan Guaidó é reconhecido por quase 60 países.
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