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Etiópia. Assassinato e violência foram "tentativas" para desestabilizar

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, disse hoje que o assassinato, na segunda-feira, de um cantor popular e a violência que se seguiu foram "tentativas coordenadas" para desestabilizar o país.

Etiópia. Assassinato e violência foram "tentativas" para desestabilizar
Notícias ao Minuto

16:58 - 03/07/20 por Lusa

Mundo Etiópia

O chefe do Governo, que falava numa reunião com altos quadros de segurança e cujas imagens foram transmitidas pela televisão, prometeu processar "aqueles que estão a puxar os cordelinhos nos bastidores", sem nomear ninguém, de acordo com um resumo das suas declarações transmitidas pelo seu gabinete à imprensa.

Abiy, galardoado com o prémio Nobel da Paz de 2019, presidiu à reunião de crise com a sua farda de militar, com que passou muitos anos nas fileiras do exército e dos serviços secretos etíopes, antes de entrar para a política, em 2010.

Hachalu Hundessa, um cantor popular do grupo étnico oromo, o maior do país, do qual também é originário o primeiro-ministro, foi morto a tiro por assaltantes desconhecidos na segunda-feira à noite.

O seu assassinato desencadeou uma das piores ondas de violência desde que Abiy chegou ao poder, em 2018, que custou a vida a 97 pessoas, de acordo com relatórios da polícia de Adis Abeba e da região vizinha de Oromia, o epicentro das ações.

Parte das vítimas foram mortas pelas forças de segurança e outras em confrontos entre membros de várias comunidades.

Cinco pessoas foram presas por causa do assassinato do cantor, mas as autoridades não forneceram pormenores sobre os suspeitos.

No entanto, em várias ocasiões esta semana, funcionários governamentais sugeriram, sem qualquer prova, que o Exército de Libertação Oromo, um grupo rebelde, e a Frente de Libertação do Povo Tigre, um partido da oposição, estavam envolvidos nos acontecimentos da semana.

Hoje, o primeiro-ministro criticou os grupos que estão a pegar em armas depois de lhe ter sido concedida uma amnistia quando chegou ao poder, em 2018, "em vez de fazerem ouvir as suas vozes através de ideias ou escolhas políticas", segundo o documento divulgado pelo seu gabinete.

"Uma mentalidade perdedora nunca deu origem a novas ideias", afirmou Abiy Ahmed.

Três figuras da oposição, incluindo o antigo magnata dos media Jawar Mohammed, foram presos por serem suspeitos de estarem ligados à agitação desta semana, mas pouca informação foi filtrada sobre aquilo de que são acusados.

Após vários dias de tensão, a vida em Adis Abeba regressou quase ao normal hoje, com a reabertura de lojas e de gabinetes governamentais. No entanto, a internet mantém-se inacessível no país pelo quarto dia consecutivo.

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