Turquia defende líder do Crescente Vermelho após mensagem anti-LGBT
A Turquia defendeu o responsável pelo Crescente Vermelho turco das críticas que este recebeu após publicar uma mensagem sobre o Dia do Orgulho Gay numa rede social, na qual parece equiparar homossexuais aos pedófilos.
© Getty Images
Mundo Turquia
O diretor de comunicação da Presidência turca, Fahrettin Altun, tomou a defesa de Kinik num comunicado divulgado na segunda-feira, no qual referiu ainda que "a propaganda LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais) representa uma séria ameaça à liberdade de expressão".
"Vamos lutar contra qualquer um que tente atrapalhar a criação saudável e aqueles que apresentam o anormal como normal (...) e aqueles que impõem os seus sonhos pedófilos às mentes jovens sob o pretexto de modernidade", escreveu Kerem Kinik, no domingo, na rede social Twitter.
Kinik não mencionou explicitamente os homossexuais e disse que os seus comentários eram direcionados apenas aos pedófilos, mas a sua mensagem provocou uma onda de críticas, inclusive da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (IFRC), da qual o responsável do Crescente Vermelho é um dos vice-presidentes.
"As opiniões expressas por Kerem Kinik não refletem as da IFRC. Essas palavras são incorretas e ofensivas para todos nós", sublinhou a IFRC numa mensagem publicada no Twitter na segunda-feira.
"A IFRC tornou-se cúmplice nos ataques a Kerem Kinik, um médico que dedicou toda a sua vida a proteger crianças em todo o mundo. Não seremos silenciados", acrescentou Fahrettin Altun.
Em abril, o chefe da Autoridade de Assuntos Religiosos da Turquia (Diyanet), Ali Erbas, criou uma polémica, durante um sermão, ao estabelecer um vínculo entre homossexualidade e doenças.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defendeu-o vigorosamente contra os críticos, dizendo que "qualquer ataque a Erbas é um ataque ao Estado".
A Turquia é uma das poucas nações muçulmanas em que a homossexualidade não é punível por lei. Por outro lado, a homofobia e a transfobia são comuns no país e as associações LGBT relatam regularmente ataques.
A Marcha do Orgulho de Istambul, que costumava reunir milhares de pessoas, também foi proibida há vários anos.
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