Abuso de crianças. Católicos polacos apelam à intervenção do Papa
O papa Francisco recebeu o apelo de um grupo de católicos da Polónia que pediu a sua intervenção em casos em que os bispos continuam a encobrir padres que abusam sexualmente de crianças, anunciou hoje o Vaticano.
© Reuters
Mundo Vaticano
O grupo 'EnoughHarm' (Chega de ferir), publicou hoje no jornal diário de Roma, La Repubblica, uma página inteira com um anúncio dirigido ao papa Francisco, noticia a agência AP.
Na publicação é pedido que o líder da Igreja Católica "repare a igreja" e cure as feridas das vítimas dos abusos.
"A falta de uma reação decisiva por parte da hierarquia da igreja em reportar o comportamento reprovável é a causa de escândalos públicos e fere o que de bom tem a igreja", pode ler-se no anúncio.
E acrescentou: "Fere a união, porque divide aqueles que estão preocupados com a imagem da instituição e aqueles que têm o bem-estar das vítimas no coração".
A Igreja Católica da Polónia tornou-se a mais recente a lidar com o abuso sexual de menores por parte de padres e o encobrimento pelos seus superiores.
O escândalo atingiu de forma particularmente grave a Polónia devido à grande autoridade e influência da igreja em todos os aspetos da vida e pelo orgulho de muitos polacos no papa João Paulo II, nascido naquele país e que morreu em 2005.
Dois documentários recentes lançaram os holofotes em casos particulares de abusos sexuais e a forma como os bispos ignoram as vítimas, desacreditando as suas queixas e protegendo os abusadores, para manter a reputação destes e da sua igreja.
Na semana passada, o papa Francisco nomeou temporariamente um responsável para administrar a diocese central de Kalisz, e afastou o seu bispo, Edward Janiak, após este ter sido colocado sob investigação do Vaticano após acusações num documentário sobre o encobrimento de dois casos de abuso.
Hoje, o gabinete do Vaticano para o clero anunciou que encarregou o mesmo responsável pela investigação, o arcebispo de Poznan Stanislaw Gadecki, para também conduzir uma investigação no seminário em Kielce.
Em comunicado enviado à agência AP, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que o papa Francisco tinha sido informado do apelo publicado hoje no jornal italiano, que tem também uma petição 'online' a circular em várias línguas.
"O Santo Padre foi informado sobre o apelo e orou por quem o enviou", destacou Matteto Bruni.
E acrescentou: "A igreja deve fazer todo o possível para que sejam aplicadas normas canónicas, que casos de abuso sejam trazidos à luz e que os culpados pelos crimes sejam punidos".
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