>   "Nove corpos foram descobertos e retirados do solo no domingo (...) num local onde se suspeita existirem valas comuns, na cidade de Tarhouna", segundo um comunicado das forças pró-GAN publicado na rede social Facebook.

A Autoridade responsável pela pesquisa e identificação dos desaparecidos -- que depende do GAN -- prossegue as suas buscas nesse local ponde poderão ser encontrados mais corpos "deixados pelos bandos criminais da Al-Kani, uma das milícias pró-Haftar antes da sua fuga" de Tarhouna, acrescenta o comunicado.

Após ter desencadeado em abril de 2019 uma ofensiva sobre Tripoli, sede do GAN, as tropas do marechal Haftar, o homem forte do leste líbio, iniciaram um recuo no terreno há um mês, na sequência de diversos reveses militares.

Em 05 de junho, as forças leais ao GAN expulsaram as tropas rivais de Khalifa Haftar de Tarhouna (65 quilómetros a sudeste de Tripoli), o seu último bastião no oeste.

Desde abril de 2019, centenas de pessoas, incluindo numerosos civis, foram mortos e mais de 200.000 deslocados na Líbia, um país petrolífero que derrapou para o caos desde o derrube, e morte, de Muammar Khadafi, na sequência de uma revolta interna e de uma intervenção aérea da NATO.

Em 11 de junho, a ONU manifestou-se "horrorizada" pelas informações sobre a descoberta de valas comuns na região de Tarhouna.

Após ter iniciado a partir de março de 2011 uma série de inquéritos sobre a Líbia, o Tribunal Penal Internacional (TPI) advertiu em 22 de junho -- através da sua procuradora, Fatou Bensouda -- que "não hesitaria" em alargar o campo das suas investigações à recente descoberta destas valas comuns.

"O meu gabinete foi informado de fonte segura sobre a existência de onze presumíveis valas comuns com cadáveres de homens, mulheres e crianças" na cidade de Tarhouna e seus arredores na Líbia, declarou Bensouda, referindo-se "profundamente preocupada".

De acordo com um comunicado do TPI, a procuradora acrescentou ainda que podem "constituir provas de crimes de guerra ou de crimes contra a humanidade".

Em 22 de junho o Conselho dos Direitos Humanos da ONU adotou em paralelo uma resolução que solicita o envio à Líbia de uma "missão de inquérito" responsável por documentar os abusos cometidos no país do norte de África desde 2016.

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