Minas terrestres já mataram e feriram mais de 100 pessoas em Tripoli
As minas terrestres localizadas a sul de Trípoli causaram mais de cem mortos e feridos, incluindo muitos civis, desde o fim dos combates à porta da capital, revelou hoje a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL).
© Reuters
Mundo ONU
Os combatentes liderados pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte no leste da Líbia, tiveram que se retirar em abril para as regiões do sul e leste, após o fracasso da sua ofensiva em Trípoli, onde está instalada a sede do Governo de Acordo Nacional (GAN) reconhecido pelas Nações Unidas.
Segundo a agência AFP, as tropas de Khalifa Haftar são acusadas pelo GAN, ONU e pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch de terem deixado três campos minados nos subúrbios a sul da capital da Líbia, palco daqueles combates.
"Minas e outros artefactos explosivos, no interior ou perto de habitações" fizeram "mais de cem vítimas entre os civis e o pessoal responsável pela desminagem" desde o final dos confrontos, no início de junho, realçou a MANUL em comunicado, sem especificar o número de mortes e feridos.
A nota foi divulgada após a reunião no sábado, em Roma, Itália, entre a embaixadora da ONU na Líbia, Stephanie Williams, e o primeiro-ministro do GAN, Fayez al-Sarraj.
Na reunião, Stephanie Williams manifestou-se "apreensiva" com os relatos da presença de "novos grupos de mercenários de diferentes nacionalidades" nos locais de exploração de petróleo da Líbia.
Para a embaixadora, aquela zona "ameaça transformar-se numa zona de combate pelo petróleo", numa região do nordeste da Líbia onde se situam os principais terminais e portos de petróleo.
Na sexta-feira, a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês) denunciou a presença de "mercenários russos e estrangeiros" no campo de al-Charara, um dos mais importantes e numa área que ainda é controlada pelo marechal Haftar.
A viver uma instabilidade política e social desde a queda do regime de Muammar Kadafi em 2011, a Líbia tem as reservas de petróleo mais abundantes da África, mas sua exploração é largamente dificultada pelo atual conflito entre potências rivais.
O líder do GAN, que esteve em Roma por "razões pessoais", segundo a imprensa italiana, também se reuniu no sábado com o primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte.
"A solução (...) não pode ser militar", é necessário privilegiar "o caminho político", declarou o GAN em comunicado à imprensa após a reunião.
Segundo o GAN, os dois governantes também conversaram sobre um eventual retorno de empresas italianas para a Líbia, bem como a participação de especialistas italianos na remoção de minas nos subúrbios de Trípoli.
Até o momento, todas as tentativas de estabelecer um cessar-fogo duradouro naquele país falharam.
O GAN é apoiado pela Turquia, enquanto os pró-Haftar são apoiados pelos Emirados Árabes Unidos, Rússia e Egito.
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