Associação junta crianças e adultos em "maratona" pela justiça social
Uma associação educativa dos Estados Unidos), promotora de atividades para crianças e adultos para combater o racismo, comentou à Lusa que "a jornada até à justiça social é uma maratona, não uma corrida 'sprint'".
© Getty Images
Mundo Morte de George Floyd
A Montclair Education Association (MEA), da Nova Jérsia, promoveu várias conversas comunitárias 'online' sobre o racismo e as desigualdades em que participaram mais de 200 pessoas, organizou um protesto automóvel contra a brutalidade policial que juntou mais de 500 viaturas, iniciou uma campanha de angariação de fundos, criou um grupo de justiça restaurativa e organizou um tributo às vítimas afro-americanas mortas por motivos racistas.
"A jornada até à justiça social é uma maratona, não uma corrida 'sprint', disse a presidente da MEA, Petal Robertson, em entrevista à Lusa sobre as atividades promovidas pela associação ao longo de todo o ano, especialmente no último mês.
"Estamos comprometidos com uma luta de longa data e reconhecemos que aquilo que fazemos agora não dá frutos imediatos, mas tem de ser um movimento consistente", acrescentou a professora, fazendo um balanço positivo do envolvimento de todas as idades.
Em relação às mortes de afro-americanos às mãos da polícia, a professora de inglês disse que "as pessoas demonstram de formas diferentes, mas toda a gente sente a mágoa e as feridas. Foi isso que motivou os protestos. Era tempo de nos juntarmos e ajudarmos uns aos outros".
A MEA funciona também como um sindicato para mais de mil funcionários de todas as profissões nas escolas do município de Montclair, incluindo enfermeiros, professores, guardas de segurança, secretários e outros, sendo o maior grupo deste tipo do distrito escolar onde se localiza.
A associação tem um ramo de justiça restaurativa, com um núcleo de trabalho e vários projetos a serem desenvolvidos durante o ano.
A presidente sublinhou a participação dos estudantes, dos mais novos aos mais velhos, e destacou que as várias atividades promovidas constituíram "vias de expressão" para os mais novos.
"Uma das coisas mais bonitas de tudo o que já fizemos é que não houve nenhuma ação que não tenha envolvido crianças. O que está a acontecer agora nos EUA não está a acontecer só aos adultos. É importante que as crianças façam parte do debate e se possam expressar", sublinhou Petal Robertson.
A professora explicou que o tributo às vítimas afro-americanas num parque de Montclair, em início de junho, houve desenhos e poemas deixados pelas crianças no memorial do ativista Martin Luther King.
"Os mais novos opinam e fazem perguntas, é bom e saudável. Nas nossas conversas comunitárias e conferências 'online', muitas vezes, as crianças estão sentadas junto aos pais a ouvir as sessões e os painéis, os estudantes do ensino secundário participam nos 'chat rooms'", disse a docente.
"Temos sido capazes de lhes dar vias de entender e de se expressar", considerou Petal Robertson, acrescentando que a associação também está a promover fóruns de debate só para estudantes.
A professora disse que "evidentemente, a fúria e os incidentes das semanas recentes causaram ainda mais ação", já que a MEA trabalha nestas iniciativas há mais de um ano.
"O que aconteceu agora é que todos ficaram completamente abalados. É diferente desta vez porque somos todos chamados à ação", concluiu a professora.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com