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MP moçambicano acusa dois jornalistas de violação de segredo de Estado

O Ministério Público moçambicano constituiu arguidos os jornalistas Fernando Veloso e Matias Guente, acusados de violação de segredo de Estado por publicarem um alegado acordo confidencial sobre a segurança nas obras de construção dos projetos de gás em Cabo Delgado.

MP moçambicano acusa dois jornalistas de violação de segredo de Estado
Notícias ao Minuto

20:45 - 26/06/20 por Lusa

Mundo Moçambique

O processo, cujo número é 85/11/P/2020, está em fase de instrução preparatória e corre na 7.ª secção da Procuradoria da Cidade de Maputo, adiantou à Lusa fonte do Ministério Púbico moçambicano.

Em causa está a publicação, a 11 de março, de um alegado acordo assinado entre os consórcios que vão explorar gás natural na bacia do Rovuma e o Governo moçambicano sobre a segurança das operações das multinacionais.

Em declarações à Lusa, Matias Guente, diretor executivo do Canal de Moçambique, disse que recebeu a notificação no dia 18 de junho e vai ser ouvido pela Procuradoria na próxima semana.

"Isto deixa-nos preocupados, mas não estamos assustados. Estamos certos que tudo foi feito dentro das nossas atribuições, como órgão de informação", observou Matias Guente.

Fernando Veloso, diretor editorial, não foi ainda notificado por estar atualmente em Lisboa, devido a problemas de saúde.

O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização da sociedade civil, criticou hoje o processo, considerando-o um ato de "perseguição".

"A alegação de que o Canal de Moçambique divulgou um documento confidencial é no mínimo absurda, uma vez que os órgãos de comunicação social não são depositários de informações classificadas do Estado", lê-se numa nota de repúdio do Centro para Democracia e Desenvolvimento.

Em 2015, Fernando Veloso foi arrolado num processo por ter divulgado, no Canal de Moçambique, uma opinião do académico Nuno Castel-Branco sobre o antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza, mas não chegou a responder, por se encontrar fora do país.

Em 2018, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo absolveu Matias Guente num processo por difamação aberto pela ex-administradora do Banco de Moçambique Joana Matsombe, que alegava que foi difamada, caluniada e injuriada por uma caricatura publicada no semanário.

No final do último ano, Guente escapou a uma tentativa de rapto em Maputo, um episódio ainda por ser esclarecido e que gerou repúdio por parte de várias entidades moçambicanas e internacionais, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.

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