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Petrolífera diz que "mercenários russos" entraram num campo de extração

A Companhia Nacional de Petróleo líbia (NOC, na sigla em inglês) manifestou hoje preocupação pela entrada de homens armados estrangeiros, incluindo "mercenários russos", num dos mais importantes campos petrolíferos do país.

Petrolífera diz que "mercenários russos" entraram num campo de extração
Notícias ao Minuto

16:36 - 26/06/20 por Lusa

Mundo Líbia

A NOC está "profundamente preocupada pela presença de mercenários russos e estrangeiros no campo petrolífero de al-Charara", indicou na sua página digital.

Segundo o comunicado, uma coluna de "dezenas de veículos entrou nas instalações na noite de quinta-feira".

Após vários meses inativo, este campo, sob controlo do marechal dissidente Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio, retomou a produção no início de junho e foi novamente bloqueado três dias depois pelas milícias pró-Haftar.

Situado na região de Oubari (900 quilómetros a sul de Tripoli), al-Charara é gerido pela companhia Akakus, um consórcio entre a NOC, a espanhola Repsol, a francesa Total, a austríaca OMV e a norueguesa Statoil.

A companhia produzia habitualmente 315.000 barris por dia, numa produção nacional de mais de um milhão de barris diários, segundo a NOC.

A Líbia dispõe as maiores reservas de petróleo de África e a sua fragilizada economia depende em grande parte dos rendimentos desta matéria-prima.

No entanto, o país permanece numa situação caótica, com persistentes violências e lutas pelo poder desde a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011.

Duas autoridades disputam o poder, o Governo de Acordo Nacional (GAN) de Fayez al-Sarraj, estabelecido em Tripoli na sequência de um acordo patrocinado pela ONU, e as forças de Khalifa Haftar, apoiado pela Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

No âmbito deste conflito, o Governo da Rússia tem desmentido qualquer envolvimento na presença de mercenários russos no terreno.

Um relatório de peritos da ONU divulgado em maio confirmou a presença na Líbia de mercenários do grupo Wagner, considerado próximo do Presidente russo Vladimir Putin.

O GAN, apoiado pela Turquia, retomou há algumas semanas o controlo de todo o noroeste do país.

Segundo o GAN e várias fontes concordantes, citadas pela agência noticiosa AFP, os mercenários russos retiraram-se para sul de Tripoli e foram rechaçados ainda mais para sul.

Numerosas instalações petrolíferas permanecem bloqueadas desde janeiro por Haftar, que pretendia utilizar esse fator como um argumento nas suas conversações com o GAN.

O patrão da NOC, Mustafa Sanalla, denunciou "as tentativas de países estrangeiros de impedir o reinício da produção petrolífera".

Esses países "beneficiam da ausência do petróleo líbio nos mercados mundiais" e apesar de lamentarem "em público e com cinismo" a paragem da produção, "apoiam nos bastidores aqueles que a bloqueiam", acrescentou.

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