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Abstenção pode bater novos recordes em França na 2.ª volta das municipais

A abstenção, que na primeira volta das eleições municipais em França, antes do confinamento, atingiu níveis históricos de 55,34 por cento, pode ultrapassar na segunda volta, este domingo, os 60 por cento devido aos receios provocados pela covid-19.

Abstenção pode bater novos recordes em França na 2.ª volta das municipais
Notícias ao Minuto

09:02 - 26/06/20 por Lusa

Mundo França

Uma sondagem realizada pelo Ifop a meio do mês de junho mostrou que 62 por cento dos franceses inquiridos, mais de seis em cada dez pessoas, não pensam votar no próximo 28 de junho, data em que se realiza a segunda volta das eleições municipais em mais de 5.000 localidades.

A pandemia é um dos principais motivos apresentados pelos eleitores para não irem votar, embora tanto as autoridades nacionais como as autoridades locais assegurem que votar não aumenta o risco de contágio.

No domingo, a máscara e a caneta própria serão obrigatórias para todos os que decidam ir às urnas.

Antes de se saber a data da segunda volta, a maior parte dos gauleses estava contra a realização da eleição em junho e há mesmo "ansiedade" na sociedade francesa face a este escrutínio pós-confinamento rigoroso.

"Há uma ansiedade real da parte das pessoas, receio por sair de casa e ir votar, tanto nos mais jovens como os mais velhos. Entre os mais velhos, a questão é que lhes estamos praticamente a dizer para não irem votar, quando, normalmente, são eles que mais votam", afirmou Jérémie Peltier, diretor de estudos da Fundação Jean Jaurès, em declarações à Agência Lusa.

As pessoas com mais de 60 anos, problemas de saúde crónicos e dificuldades respiratórias estão a ser incentivadas a votar através de procuração.

Ao contrário das sondagens, o politólogo não acredita que os números da abstenção se venham a agravar na segunda volta, e considera que os eleitores vão preferir votar em quem já teve o melhor resultado na primeira volta.

"Quem vai beneficiar nestas eleições será mesmo quem já está em primeiro lugar porque as pessoas vão querer jogar seguro, ou seja, só vão sair de casa para votar no candidato que pode ganhar. E quem vai votar são as pessoas mais militantes e mais apegadas ao seu candidato", defendeu.

Apenas os candidatos com mais de 10% nas urnas na primeira volta passaram à segunda volta nas localidades onde ninguém conseguiu mais de 50% dos votos, mas com a polarização na atual vida política em França isso pode significar uma escolha ainda entre três ou quatro candidatos diferentes.

No domingo vão votar em França cerca de 16,5 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 39% dos inscritas nos cadernos eleitorais no país, para decidirem sobre os novos executivos municipais em Paris, Marselha, Lyon e Bordéus, entre outras grandes cidades francesas.

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