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ONG denunciam prisão de familiares de militante egípcio exilado

Diversas organizações não-governamentais (ONG) denunciaram hoje em comunicado comum a prisão no Egito de cinco primos de um militante que apresentou uma queixa nos Estados Unidos por "tortura" contra um ex-dirigente egípcio.

ONG denunciam prisão de familiares de militante egípcio exilado
Notícias ao Minuto

18:13 - 25/06/20 por Lusa

Mundo ONG

O militante norte-americano Mohamed Soltan, que prescindiu da nacionalidade egípcia, apresentou uma queixa em 01 de junho num tribunal norte-americano em Washington por "tortura" e tentativa de "morte extrajudicial", indica o comunicado.

De acordo com o texto, assinado por 20 organizações incluindo a Amnistia Internacional (AI), Human Rights Watch (HRW) e a Federação Internacional de Direitos Humanos, as detenções de cinco primos de Soltan foram efetuadas "em represália pela apresentação da queixa".

"O Egito deve libertar incondicionalmente os próximos de Soltan e terminar com as pressões e intimidações à sua família", disse Neil Hicks, um responsável do Instituto para os Estudos dos Direitos Humanos no Cairo, signatário do comunicado.

Os cinco primos de Soltan, com idades entre os 20 e os 24 anos, foram detidos em 15 de junho em Alexandria e na região de Menoufeya (norte do Egito) e os suas casas foram revistadas, segundo as ONG.

Os cinco homens compareceram perante o procurador da Segurança de Estado do Cairo em 17 de junho, onde foram interrogados sobre as acusações de "difusão de faltas notícias" e filiação numa "organização terrorista", acrescenta o comunicado.

Na sua queixa, Soltan considera que o antigo primeiro-ministro egípcio Hazem al-Beblawy se inclui "entre os responsáveis" de uma tentativa de assassínio extrajudicial contra si durante a sua detenção no Cairo entre 2013 e 2015.

Al-Beblawy vive atualmente nos Estados Unidos, onde trabalha para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entre 2013 e 2014 foi primeiro-ministro após a destituição num golpe de Estado do Presidente islamita Mohamed Morsi por Abdel Fattah el-Sisi, atual chefe de Estado e na ocasião o chefe das Forças Armadas.

Uma intensa vaga de repressão abateu-se sobre no Egito sobre todas as forças da oposição, num país hoje definido por diversas ONG como dos mais repressivos em todo o mundo.

As ONG de defesa dos direitos humanos calculam que existem atualmente no país 60.000 prisioneiros por delitos de opinião.

As detenções de jornalistas também se multiplicaram nos últimos meses.

Na quarta-feira, a polícia egípcia deteve Nora Younis, chefe de redação do portal da Internet Al-Manassa, no decurso de uma rusga na sede deste jornal digital, informou o periódico.

Fundado em 2015, é descrito como uma plataforma que combina jornalismo cidadão e profissional.

O Egito ocupa o 116.º lugar na classificação dos Repórteres sem fronteiras (RSF) da liberdade de imprensa 2020.

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