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Funcionários do Banco Mundial pedem suspensão da nomeação de ex-ministro

A Associação de Funcionários do Banco Mundial apelou hoje ao conselho de ética da instituição para que seja suspensa a nomeação do ex-ministro da Educação brasileiro, Abraham Weintraub, para um cargo na direção, noticiou a imprensa local.

Funcionários do Banco Mundial pedem suspensão da nomeação de ex-ministro
Notícias ao Minuto

20:54 - 24/06/20 por Lusa

Mundo Banco Mundial

Através de uma carta, a associação pediu que sejam investigadas as alegadas declarações racistas proferidas por Weintraub, que são alvo de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento pediu-se ainda que a sua nomeação como diretor executivo no conselho administrativo no Banco Mundial fique suspensa até ao final dessas investigações.

"Solicitamos formalmente ao conselho de ética que reveja os factos por trás dessas múltiplas alegações, com intenção de colocar a sua indicação em espera até que essas alegações possam ser analisadas e garantir que Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual é acusado é totalmente inaceitável nesta instituição", referiu a organização, citada pelo jornal Folha de S.Paulo.

A associação afirmou que, "apesar da nomeação ter sido condenada por múltiplos países clientes", os funcionários do banco entendem que a indicação é uma prerrogativa do Governo brasileiro. Contudo, frisaram que os membros da direção do Banco Mundial precisam seguir o Código de Ética daquela instituição bancária.

Ainda segundo o grupo, "o Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo na instituição" e, portanto, considera o comportamento do ex-ministro inaceitável.

"Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o conselho de ética compartilhe dessa visão e faremos tudo ao alcance para aplicá-la", acrescentou o texto.

Abraham Weintraub é alvo de um inquérito sobre racismo, aberto pelo STF, após ter acusado a China de ter tentado esconder o surto do novo coronavírus.

A abertura do inquérito foi justificada por uma mensagem partilhada por Weintraub em abril, na rede social Twitter, em que usou a personagem Cebolinha da banda desenhada "Turma da Mónica" para sugerir que a pandemia do novo coronavírus faz parte de um "plano infalível" da China para dominar o mundo.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu Weintraub, em 04 de abril, na sua conta no Twitter.

Cebolinha, uma das personagens infantis mais populares do Brasil, tem problemas de dicção e troca a letra "r" pela letra "l" ao falar, uma substituição que também é associada aos chineses.

O ex-ministro da Educação brasileiro Abraham Weintraub, que se demitiu do cargo ministerial na última quinta-feira, está a ser investigado pela justiça do país.

Ao anunciar a sua saída do Governo, após várias polémicas que marcaram a sua gestão, Weintraub indicou que recebeu um convite para integrar um cargo na direção do Banco Mundial.

Contudo, a notícia de uma possível ida do antigo governante para o Banco Mundial não foi bem aceite por todos.

Representantes da sociedade civil brasileira, entre eles um ex-diplomata e antigo ministro, advogados e economistas, divulgaram uma carta endereçada aos embaixadores de sete países apelando para que vetem a indicação do ex-ministro da Educação do Brasil para o Banco Mundial.

Ao longo do tempo em que integrou o Governo do Presidente, Jair Bolsonaro, Weintraub acumulou desavenças com reitores de universidades, estudantes e parlamentares, após ter decretado duros cortes na Educação, assim como causou problemas diplomáticos com a China e Israel. Mais recentemente, entrou em conflito com juízes do STF, ao defender a prisão dos magistrados.

Weintraub deve agora assumir uma cargo na representação brasileira na direção do Banco Mundial, com sede em Washington, nos Estados Unidos da América.

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