Porque e como devemos refletir sobre o nosso privilégio

Os eventos dos últimos meses trouxeram à tona questões que foram infelizmente negligenciadas antes. Aqueles que não são diretamente afetados pela marginalização e discriminação perguntam-se agora se fazem parte do problema. A dura verdade é que não precisamos de ser racistas para contribuirmos para o racismo sistémico. Milhões de pessoas em todo o mundo apoiam, sem saber, um sistema que prejudica outras pessoas, pelo simples facto de beneficiarem do seu estatuto sem se questionarem. Clique na galeria a seguir para saber mais sobre privilégios e como eles afetam o mundo.

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Discriminação

Muitas pessoas em todo o mundo são discriminadas e não têm acesso a igualdade de oportunidades. Isso pode ser devido à raça, religião, orientação sexual, identidade de género ou outros fatores.

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Evitar a questão

Pode ser assustador falar sobre estas questões devido ao medo de provocar sentimentos de desrespeito, culpa, tristeza ou desconforto.

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Altura de confrontar o problema

No entanto, não é possível evitar essas conversas considerando os tempos em que vivemos, nem devemos evitá-las.

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Acontecimentos de 2020

A série de assassinatos policiais de negros nos Estados Unidos em particular, bem como o impacto desproporcional do coronavírus nas comunidades minoritárias, fizeram desta questão algo incontornável.

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Autorreflexão

Em geral, somos ensinados sobre como o racismo e outras formas de discriminação colocam algumas pessoas em desvantagem, mas é raro olharmos para dentro e vermos se beneficiamos ou não dessa realidade.

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Racismo sistémico

A discriminação pode ser insidiosa e oculta em sistemas que afirmam ser justos e iguais à superfície. Em algumas partes do mundo, a discriminação está à vista de toda a gente.

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Singapura

Por exemplo, em Singapura, um país altamente moderno e progressivo em muitos aspetos, existe uma lei* que criminaliza a "indecência grosseira" entre dois homens.

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Singapura

A lei em questão é a Secção 337A do código penal. A sua redação é tão vaga que cobre tudo, desde um comportamento genuinamente não ético ao sexo consensual entre dois adultos.

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Singapura

Houve repetidas tentativas de revogar essa lei, mas têm sido todas rejeitadas, a última tendo ocorrido em março de 2020.

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EUA

Por outro lado, a constituição e o sistema jurídico dos EUA supostamente apoiam a igualdade e a justiça para todos.

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EUA

No entanto, quando analisamos os números e as experiências das minorias, fica claro que elas não têm os mesmos direitos e oportunidades.

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Taxa de desemprego

As taxas de desemprego* para negros nos EUA têm sido o dobro da dos brancos nos últimos 60 anos.

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Distribuição de riqueza

Os brancos possuem 90% da riqueza do país*. Os negros e os latino-americanos detêm apenas 5,1%, apesar de constituírem mais de 30% de toda a população.

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Racismo invisível

Milhões de pessoas que nem se consideram racistas contribuem para esse sistema todos os dias.

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Racismo invisível

Como disse o sociólogo Eduardo Bonilla-Silva*: "O principal problema hoje em dia não são as pessoas de capuz, mas as pessoas de fato".

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Privilégio

Se consegue passear numa loja sem ser seguido por seguranças, falar com a polícia sem medo, ou ver pessoas que se parecem consigo no cinema, então beneficia de algum tipo de privilégio.

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Privilégio

O privilégio não torna uma pessoa imune às dificuldades da vida. Uma pessoa pode, sem saber, beneficiar do privilégio de ter um certo tom de pele, mesmo que tenha passado por outras grandes lutas pessoais.

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Visibilidade

Na sua publicação de 1995, Language and Silence: Making Visible Systems of Privilege, os académicos Wildman e Davis explicam que as vidas que levamos afetam o que somos capazes de ver e ouvir no mundo em nosso redor.

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Arregaçar as mangas

Envolver-se em discussões, autorreflexão e autoeducação sobre outras experiências além da nossa é uma parte essencial de quebrar as barreiras da desigualdade.

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Autoanálise

O primeiro passo recomendado pela Associação Nacional de Psicólogos Escolares* nos EUA é olhar para dentro e examinar as nossas próprias experiências. Eles recomendam a lista de perguntas que se segue.

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Pergunta 1

Quando foi a última vez que teve de pensar na sua etnia, raça, identidade de género, nível de competência, religião e/ou orientação sexual? Além disso, o que fez com que tivesse de reconhecer ou pensar nisso?

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Pergunta 2

Ao ver TV, qual a probabilidade de assistir a um programa com personagens que o representam (com base nas características mencionadas acima)?

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Pergunta 3

Qual é a diversidade dos seus feeds de redes sociais? Existe diversidade entre os seus amigos e seguidores?

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Pergunta 4

Com que frequência participa num evento social com pessoas diferentes de si mesmo (ou seja, pessoas de uma raça, género, religião, etc.) diferentes?

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Pergunta 5

Como reage quando as pessoas em seu redor fazem comentários negativos sobre indivíduos de outras raças, géneros, religiões etc. diferentes dos seus?

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Pergunta 6

Qual é a diversidade da comunidade/bairro onde mora?

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Pergunta 7

Como se sente quando está numa comunidade diferente da sua?

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Pergunta 8

Como tornaria a sua comunidade e bairro mais inclusivos?

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Pergunta 9

Se já refletiu e descobriu que beneficia de privilégios, o que fez com essa tomada de consciência?

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Recursos

Para aqueles que têm mais privilégios, é importante usar a infinidade de recursos* disponíveis para entender o que significa ter privilégios e como podem ser usados para o bem.

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Agir

Os exemplos incluem intervir se vê uma pessoa de uma minoria a ser discriminada, ser uma testemunha ativa se alguém está a ser assediado e envolver-se em atividades promotoras de imparcialidade* para tornar a sua escola, local de trabalho e comunidade mais inclusivos*.

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Antirracismo: Recursos educativos esclarecedores

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