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Investigador chinês alerta para risco de incidente marítimo com EUA

Um investigador do Governo chinês alertou hoje que o destacamento militar "sem precedentes" dos Estados Unidos na região Ásia-Pacífico aumentou os riscos de um incidente entre as marinhas norte-americana e chinesa, alertou hoje.

Investigador chinês alerta para risco de incidente marítimo com EUA
Notícias ao Minuto

11:34 - 23/06/20 por Lusa

Mundo EUA

"O destacamento militar dos Estados Unidos na região Ásia-Pacífico (...) não tem precedentes", afirmou Wu Shicun, diretor do Instituto Chinês para os Estudos do Mar do Sul da China.

"A possibilidade de um incidente militar ou acidente está a aumentar", alertou Wu, que advertiu que, "caso ocorra uma crise, as repercussões para as relações bilaterais serão catastróficas".

A relação entre China e EUA deteriorou-se, nos últimos anos, com Washington a definir o país asiático como a sua "principal ameaça" e a apostar numa estratégia de contenção das ambições chinesas, que ameaça bipolarizar o cenário internacional.

Os dois países enfrentam já uma guerra comercial e tecnológica e disputam a influência no extremo da Ásia, onde o Mar do Sul da China surge como potencial ponto de conflito.

A Marinha norte-americana realiza regularmente operações de "liberdade de navegação" naquelas águas, reivindicadas quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos, incluindo Vietname, Filipinas ou Malásia.

Em virtude da sua estratégia "Pivô para a Ásia", os Estados Unidos reforçaram, nos últimos anos, os laços com os países do sudeste asiático que se opõem às reivindicações territoriais chinesas.

Washington reforçou ainda a sua presença militar na área, com a passagem frequente de navios e aviões.

Wu falava durante a apresentação, em Pequim, de um relatório sobre "A presença militar norte-americana na Ásia-Pacífico".

O estudo apontou o destacamento por Washington de "375.000 soldados" e "60% dos navios de guerra da sua marinha". A marinha dos EUA também acaba de colocar três dos seus porta-aviões na região.

"Durante todo o governo de [Barack] Obama, apenas quatro operações de 'liberdade de navegação' foram realizadas", disse Wu Shicun. "Sob a governação de Trump, já vamos em 22".

"Os dois exércitos devem intensificar a comunicação" para "evitar equívocos estratégicos e erros de cálculo", recomendou o relatório.

O estudou apelou ainda à retomada das reuniões militares de alto nível, o estabelecimento de uma linha telefónica direta entre os dois exércitos ou manobras marítimas conjuntas.

"A China não considera os EUA um rival e não prevê uma nova guerra fria ou quente com os EUA", lê-se no relatório.

Apesar dos consecutivos aumentos no orçamento de Defesa chinês, este permanece três a quatro vezes menor do que o dos Estados Unidos - que continua a ser de longe a maior potência militar do mundo.

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