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Administração Trump despede procurador que recusava demitir-se

A administração Trump demitiu no sábado um procurador federal de Manhattan que investigava próximos do Presidente dos Estados Unidos e recusava demitir-se, num desfecho que suscitou a indignação dos democratas.

Administração Trump despede procurador que recusava demitir-se
Notícias ao Minuto

06:35 - 21/06/20 por Lusa

Mundo Trump

Geoffrey Berman, procurador federal de Manhattan desde 2018, e designado pelo Governo da Casa Branca, tinha designadamente supervisionado a ata de acusação de Michael Cohen, o ex-advogado pessoal de Donald Trump.

A demissão, anunciada na noite de sexta-feira pelo secretário da Justiça norte-americano, suscitou críticas entre os adversários do milionário nova-iorquino, mas também algum mal-estar entre os aliados.

Pouco depois, Berman declarava não ter "qualquer intenção" de deixar o cargo e de apenas ter tido conhecimento da sua partida através do comunicado do secretário William Barr. "Não me demiti", sublinhou.

"Pelo facto de ter declarado que não tinha qualquer intenção de demitir-se, pedi ao Presidente para o destituir de funções a partir de hoje, e ele fê-lo", respondeu Barr, numa carta enviada no sábado. De seguida, Berman confirmou em comunicado que "deixaria imediatamente" as funções.

Na carta, o secretário da Justiça não poupou críticas ao procurador.

"Com o comunicado na noite passada [sexta-feira], optou pelo espetáculo público em detrimento do serviço público", considerou. "Está claramente estabelecido que um procurador federal nomeado por um tribunal pode ser destituído pelo Presidente".

Na Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, o presidente da comissão judicial Jerry Nadler acusou William Barr de ter entravado por diversas vezes "inquéritos penais, por conta de Trump".

Em comunicado, a comissão anunciou que iria "abrir imediatamente um inquérito sobre este incidente, no âmbito das investigações mais vastas sobre a inaceitável politização do Departamento da Justiça por Barr".

Entre os aliados de Trump, também surgiram algumas vozes críticas na sequência deste afastamento.

O senador republicano Lindsey Graham, que integra a comissão judicial, sublinhou que não foi avisado desta decisão.

O jurista Jonathan Turley, que no Congresso testemunhou contra o processo de destituição de Donald Trump, considerou, por sua vez, que Barr deve "explicar claramente" por que motivo afastou o procurador.

Este anúncio "constitui um erro sério que apenas amplifica as inquietações sobre as motivações políticas por detrás desta decisão", declarou o professor na universidade George Washington.

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