Três soldados dos Camarões acusados do homicídio de 13 civis
Três soldados dos Camarões foram acusados do assassinato de 13 civis, incluindo 10 crianças, num massacre ocorrido em 14 de fevereiro na vila de Ntumbo, na região anglófona do país, anunciou hoje o exército do país.
© Reuters
Mundo Camarões
O massacre foi inicialmente negado pelas forças armadas camaronesas, que falavam num "acidente desafortunado" decorrente do conflito com os separatistas anglófonos do noroeste do país, antes da pressão internacional levar Yaoundé a admitir que pelo menos 10 crianças e três mulheres foram assassinadas por soldados com o auxílio de uma milícia étnica.
Os números anunciados pelo país africano são, ainda assim, inferiores aos da Organização das Nações Unidas (ONU), que reportou a morte de pelo menos 23 civis no incidente, incluindo 15 crianças (nove das quais com menos de cinco anos) e duas mulheres grávidas.
"Os três soldados foram acusados" de forma particular de "assassinato" e colocados "sob prisão preventiva na prisão militar de Yaoundé", disse um porta-voz do exército camaronês à Agência Frace-Presse.
Durante dois meses, os Camarões negaram o massacre denunciado pela ONU e insistiram que tinham morrido cinco civis devido à explosão acidental de reservatórios de combustível durante um tiroteio entre soldados e separatistas, antes de o presidente Paul Biya ordenar, finalmente, uma investigação aos acontecimentos.
O conflito entre o exército camaronês e os grupos separatistas anglófonos nas regiões noroeste e sudoeste do país prolonga-se há mais de três anos e os combates, mas também atrocidades e assassinatos cometidos por ambas as partes contra civis, já causaram mais de 3.000 mortos e forçaram mais de 700.000 pessoas a abandonar as suas casas, de acordo com várias organizações não-governamentais.
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