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Floyd: Dezena e meia de pessoas diante da embaixada dos EUA

Dezena e meia de manifestantes estão a protestar hoje diante da embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, contra a morte e contra o que consideram ser a atitude racista da polícia norte-americana, do afro-americano George Floyd.

Floyd: Dezena e meia de pessoas diante da embaixada dos EUA
Notícias ao Minuto

20:40 - 09/06/20 por Lusa

País Funeral

O protesto organizado pela Frente Unitária Antifascista (FUA), destina-se também a "responder à ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump", que classificou a Antifa, da qual a FUA é membro, como um "grupo terrorista".

O protesto, pacífico e em modo de vigília, começou às 18:30 de Lisboa, hora do início do funeral de George Floyd, nos Estados Unidos, e prolonga-se até às 21:30, disse à agência Lusa a organizadora do evento, Rita Casimiro, da Plataforma Antifascista de Lisboa e Vale do Tejo e também responsável da FUA.

Segundo Rita Casimiro, a vigília de hoje visa "manifestar apoio a todos os grupos antifascistas" nos Estados Unidos e também à organização Black Lives Mater.

"O racismo está no sistema. Onde quer que formos, qualquer pessoa que seja africana continua a sofrer discriminação, algo que é sistemático no mundo inteiro. Temos de lutar para que isso deixe de existir e para que as pessoas sejam ouvidas", afirmou.

Questionada sobre o que falta então fazer, a ativista defendeu que os Governos "devem fazer qualquer coisa" para mudar a situação.

"Mas nos Estados Unidos temos o [Presidente Donald] Trump, depois temos o [Jair] Bolsonaro no Brasil. Uma coisa que nos tem preocupado é o [partido português] Chega e o que o (seu líder) André Ventura tem dito, as posições que tem tomado e que nada tem sido feito para que não aconteça isso. Achamos que isto, de certa forma, vai piorar, não vai melhorar, em Portugal e no Mundo", argumentou.

Sobre se existe racismo em Portugal, Rita Casimiro considerou que sim, uma vez que continua a haver pessoas que o negam.

"Mas ele existe. As pessoas não podem dizer que não existe. [O racismo em Portugal] é endémico. Dou um exemplo: posso ter o mesmo currículo que uma pessoa africana, ter os mesmos estudos, ter inclusivamente estudos inferiores a ela, mas, só por ser branca já vou transmitir [ao empregador] muito mais confiança e competência. Nós [brancos] não vivemos isso no dia a dia, mas eles [os africanos] vivem", sustentou.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão. 

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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