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Estudo diz que um terço das espécies de insetos corre risco de extinção

Um terço de todas as espécies de insetos do mundo está em risco de extinção, revela um estudo publicado hoje por duas organizações ambientais, que explica que o uso de pesticidas é um dos principais responsáveis pela situação.

Estudo diz que um terço das espécies de insetos corre risco de extinção
Notícias ao Minuto

14:39 - 09/06/20 por Lusa

Mundo Estudo

O relatório 'Atlas de Insetos', elaborado pela agência europeia da ONG Amigos da Terra e pela Fundação Heinrich Böll, ligada ao partido dos Verdes na Alemanha, adianta que esta é uma realidade que também afeta polinizadores, como as borboletas e abelhas, essenciais para a produção de alimentos.

O estudo assinala que 41% de todas as espécies de insetos está a desaparecer e aponta que pelo menos 9,2% das 2.000 espécies de abelhas e 7% das 482 classes de borboletas da Europa estão ameaçadas, avançando que o uso de pesticidas, que quintuplicou desde 1950, é responsável pela situação precária dos insetos.

A ONG e a Fundação Heinrich Böll apontam também que o avanço da agricultura industrial e o uso de pesticidas pesados permitiu grandes áreas de cultivo na Argentina e no Brasil, que antes eram ricas em insetos.

"Os pesticidas estão a destruir populações e ecossistemas de insetos em todo o mundo e ameaçam a produção de alimentos. Um pequeno conjunto de empresas controla a maior parte do fornecimento de pesticidas e, se não forem controlados, continuarão a usar a sua imensa influência política", afirma o diretor de alimentação e agricultura da Amigos da Terra, Mute Schimpf.

Segundo o relatório, 75% das colheitas dependem da polinização por insetos, animais que também melhoram a qualidade do solo e reduzem as pragas das plantas, decompondo o estrume e a sua matéria morta.

Cerca de 90% das espécies animais do mundo são insetos. Destes apenas se conhece cerca de um milhão de diversidades, mas calcula-se que possa haver até quatro milhões por descobrir.

A presidente da Fundação Heinrich-Böll, Barbara Unmüßig, lamenta que as monoculturas para produzir pasto ou plantas, que podem ser usadas como combustível, estejam "a impulsionar, em países como Brasil ou Indonésia, a desflorestação, os desertos agrícolas monótonos e a aplicação ilimitada de pesticidas".

"Somente na Argentina, o uso de pesticidas aumentou 10 vezes desde os anos 90", acrescenta Unmüßig, que denuncia que empresas como a Bayer ou a BASF comercializam para todo o mundo, "quase sem restrições", pesticidas proibidos na União Europeia, o que leva a que "quase 50% dos pesticidas no Quénia e mais de 30% no Brasil sejam altamente tóxicos para as abelhas".

O "Atlas de Insetos" apela a modelos agrícolas sustentáveis, com medidas como a redução de pesticidas sintéticos em 80% até 2030, dedicar 50% da dotação da Política Agrícola Comum (PAC) aos objetivos ambientais, apoiar os agricultores e reduzir o consumo e produção de carne.

Nesse sentido, o documento apela a que haja uma maior ambição por parte da Comissão Europeia nos seus programas de biodiversidade e na sua estratégia "Do produtor à mesa", iniciativas destinadas a tornar a produção e o consumo de alimentos mais sustentáveis.

O relatório sublinha ainda que 84% das espécies cultivadas na União Europeia e 78% das espécies de flores silvestres dependem da polinização animal.

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