Emirados apoiam plano egípcio que propõe retirada de mercenários da Líbia
Os Emirados Árabes Unidos, apoiantes do marechal Khalifa Haftar no conflito líbio, saudaram hoje a iniciativa de diálogo proposta no sábado pelo Egito, que inclui um cessar-fogo e a retirada dos mercenários estrangeiros da Líbia.
© Reuters
Mundo Líbia
O ministro de Estado para os Negócios Estrangeiros dos Emirados, Anwar Gargash, considerou que o apoio dos Estados Unidos à proposta do Presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, "fortalecerá o impulso árabe e internacional por um cessar-fogo imediato, a retirada de tropas estrangeiras e o regresso à via política".
Através da rede social Twitter, Gargash pediu que não se regresse à dinâmica de há um "século" com intervenções militares abertas e que não se ignore a vontade internacional de uma solução política na Líbia.
No sábado, Sissi apresentou ao lado de Haftar, do qual é um dos principais apoiantes, uma iniciativa unilateral para acabar com a guerra civil na Líbia e preparar o caminho para a realização de eleições livres no país.
O Presidente egípcio defendeu a retirada dos mercenários estrangeiros do país e o desmantelamento das milícias líbias com a entrega das suas armas.
O plano contempla um cessar-fogo a iniciar hoje e a formação de um conselho presidencial, com representantes das três regiões da Líbia e que deveria governar durante um período de transição de um ano e meio, seguido de eleições.
A iniciativa do Egito surge na sequência das perdas sofridas pelas tropas do marechal Haftar na região ocidental do país, que vieram limitar ainda mais os esforços de tomar o controlo da capital, Tripoli, objetivo da ofensiva do homem forte do leste lançada em abril de 2019.
Desde essa altura, centenas de pessoas, incluindo numerosos civis, foram mortos nos combates e cerca de 200.000 foram obrigadas a fugir.
A ingerência estrangeira tem agravado o conflito, contando Haftar com o apoio da Rússia, além dos referidos, e o GAN, com a ajuda militar da Turquia.
Impulsionados pelos recentes ganhos no terreno, os combatentes das fileiras do GAN continuaram hoje a avançar no terreno.
As milícias que apoiam o Governo reconhecido pela ONU rejeitaram a proposta egípcia de um cessar-fogo e continuaram a avançar para leste para a cidade costeira de Sirte, antigo bastião dos 'jihadistas' do Estado Islâmico que as forças de Haftar capturaram em janeiro.
O primeiro-ministro líbio, Fayez al-Sarraj, exortou os combatentes a "prosseguirem o seu caminho" em direção a Sirte, segundo uma declaração divulgada por Mohamed Gnono, um porta-voz das forças aliadas de Tripoli.
A tomada de Sirte facilita o avanço das milícias aliadas do GAN ainda mais para leste, possibilitando um eventual controlo de instalações petrolíferas vitais, cujo encerramento no início do ano pelas tropas de Haftar cortou a principal fonte de rendimento de Tripoli.
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