Camarões: ONU e HRW preocupadas com ataques a trabalhadores humanitários
Os ataques e raptos de trabalhadores humanitários nas duas regiões anglófonas dos Camarões, onde se regista desde há três anos um conflito separatista, intensificaram-se nos últimos meses, afirmaram hoje as Nações Unidas e a Human Rights Watch (HRW).
© Reuters
Mundo Camarões
"Estou profundamente preocupada com a intensificação do assédio, dos ataques, dos raptos e da extorsão de trabalhadores humanitários nas regiões noroeste e sudoeste dos Camarões", escreveu a coordenadora humanitária da ONU nos Camarões, Allegra Baiocchi, numa declaração emitida hoje.
"A situação chegou a um ponto em que a assistência humanitária prestada no terreno teve de ser cortada, pondo em risco muitas vidas", acrescentou.
Há quase três anos que grupos separatistas e o exército combatem nas regiões noroeste e sudoeste dos Camarões, onde vive a maior parte da minoria de língua inglesa, que se considera marginalizada. Alguns dos anglófonos pegaram em armas contra Yaoundé e apelam à independência deste território.
Os combates, mas também as atrocidades e assassinatos cometidos contra civis por ambos os lados, causaram mais de 3.000 mortos e obrigaram mais de 700.000 pessoas a fugir das suas casas.
No início de março, à medida que o novo coronavírus se propagava nos Camarões, as Nações Unidas apelaram a um cessar-fogo nas duas regiões para melhor combater a epidemia, mas que continua a não ser aplicado no terreno.
Nos últimos meses, multiplicaram-se os bloqueios ilegais de estradas por parte de grupos armados, bem como os raptos, denunciados pelas Nações Unidas no seu comunicado.
Desde abril, funcionários de seis agências humanitárias diferentes foram raptados ou detidos ilegalmente em incidentes que ameaçam a vida, relata a ONU.
Por outro lado, as forças camaronesas são acusadas de "atrasar" o apoio humanitário.
Também hoje, a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) publicou igualmente um relatório denunciando o aumento dos ataques à ajuda humanitária.
Em especial, refere que oito trabalhadores humanitários foram raptados no sábado em dois incidentes distintos, tendo todos eles sido entretanto libertados.
"Estes dois recentes ataques são apenas os últimos de uma longa série de incidentes em que trabalhadores humanitários foram alvo de separatistas de língua inglesa que lutam contra o exército dos Camarões", afirmou a HRW no seu relatório, que também denunciava as ações das forças camaronesas que também dificultam a prestação de ajuda humanitária.
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