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Governo de Tripoli determinado em controlar todo o país

O chefe do Governo de Tripoli reconhecido pela ONU, Fayez al-Sarraj, disse hoje durante uma visita a Ancara permanecer "determinado" em retomar o controlo de toda a Líbia após os sucessos militares contra as forças rivais do marechal Khalifa Haftar.

Governo de Tripoli determinado em controlar todo o país
Notícias ao Minuto

18:57 - 04/06/20 por Lusa

Mundo Líbia

"O nosso combate prossegue e estamos determinados em vencer o inimigo, impor o controlo do Estado no conjunto da pátria e aniquilar todos os que coloquem em perigo a construção de um Estado civil, democrático e moderno", declarou Al-Sarraj após um encontro com o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, o seu principal apoio.

Na quarta-feira a ONU anunciou o reinício das conversações com as duas partes em conflito na Líbia, mas Al-Sarraj manifestou hoje a sua recusa em sentar-se à mesa das negociações com Haftar, que classificou como "um criminoso de guerra" e que considerou nunca ter sido "um parceiro no processo político".

As conversações estavam suspensas há mais de três meses.

Por sua vez, Erdogan fustigou, mas sem nomear, os países que apoiam o marechal Haftar, onde se incluem os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Rússia e França, também suspeita de favorecer o homem forte do leste líbio, embora Paris não o admita.

"A História julgará aqueles que, apoiando o golpista Haftar, fizeram mergulhar a Líbia num banho de sangue e de lágrimas", sentenciou o Presidente turco.

O encontro entre Erdogan e Al-Sarraj -- que também tem contado com o apoio do Qatar e de forma mais discreta da Itália, antiga potência colonial --, surge pouco após o Governo de Acordo Nacional (GAN) ter anunciado que voltou a controlar o conjunto de Tripoli e arredores, um importante revés para as forças de Haftar.

O exército do homem forte do leste líbio, em posição de força há apenas alguns meses, registou pesadas derrotas nas últimas semanas, à medida que se reforçava o apoio de Ancara ao GAN de Fayez al-Sarraj.

A Turquia enviou designadamente "conselheiros militares" e 'drones' [aparelhos aéreo não tripulados] para a Líbia em apoio ao Governo de Tripoli.

Ancara e o GAN reforçaram a sua cooperação após a assinatura, em novembro, de um acordo de cooperação militar associação a um controverso pacto de cooperação marítima e que designadamente estende as fronteiras marítimas da Turquia.

Ao recorrer a este acordo, não reconhecido internacionalmente, a Turquia intensificou nos últimos meses as prospeções exploratórias nas zonas ricas em hidrocarbonetos do Mediterrâneo oriental, suscitando fortes protestos dos países vizinhos.

Hoje, e numa declaração que se arrisca a agravar as tensões, Erdogan declarou que Tripoli e Ancara "têm por objetivo reforçar a sua cooperação, incluindo em termos de exploração e de prospeções".

Os dois campos rivais disputam o poder no país petrolífero, em situação de caos desde o derrube do regime de Muammar Kadhafi em 2011, na sequência de uma revolta interna e de uma decisiva intervenção militar da NATO, em que a França se destacou juntamente com Reino Unido e Estados Unidos.

Em abril de 2019, Khalifa Haftar desencadeou uma ofensiva em direção à capital onde se encontra sediado o GAN, mas as suas forças não conseguiram entrar na capital.

A guerra civil na Líbia, que se tem agravado na sequência do crescente envolvimento de potências estrangeiras, provocou milhares de mortos, incluindo muitos civis, e mais de 200.000 deslocados.

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