Indía e Austrália reforçam cooperação militar perante tensões com China
A Índia e a Austrália reforçaram hoje os seus laços de defesa, através de um acordo sobre apoio logístico militar e cooperação marítima, perante as crescentes tensões com a China, uma superpotência regional.
© Reuters
Mundo Índia/Austrália
Durante uma cimeira virtual, devido às restrições de viagens por causa da pandemia de covid-19, os líderes da Índia e da Austrália assinaram hoje um acordo de suporte logístico mútuo, que esperam venha a melhorar a sua parceria estratégica.
"A Índia está comprometida em intensificar ainda mais as suas profundas relações com a Austrália", disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, nas suas observações iniciais.
"Numa época como esta, queremos especialmente lidar com amigos e parceiros confiáveis", respondeu o seu homólogo australiano, Scott Morrison.
Os dois países anunciaram, em comunicado, que os seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa passarão a reunir duas vezes por ano para discutir questões estratégicas.
Os dois países estabeleceram ainda acordos nas áreas da educação, mineração, ciência da defesa e tecnologia, durante a cimeira.
Canberra está em rota de colisão com Pequim, que tem mostrado desagrado com a pressão australiana por uma investigação sobre a gestão do Governo chinês no início da pandemia de covid-19.
As tensões também se intensificaram nas últimas semanas entre a Índia e a China, ao longo de seus 3.500 km de fronteira compartilhada, objeto de várias disputas entre os dois países que recentemente aumentaram a sua força militar na região.
Um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse aos jornalistas que, durante a cimeira entre a Austrália e a Índia, a questão chinesa não foi discutida.
Mas analistas dizem que a crescente ambição da China na região, bem como as tensões atuais entre Washington e Pequim, estão a aproximar a Índia e a Austrália, para se protegerem de riscos externos.
"Eu não esperava que os dois (primeiros-ministros) dissessem a palavra "China", mas certamente estava presente nas suas mentes", disse Purnendra Jain, professor de estudos asiáticos na Universidade Australiana de Adelaide.
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