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Estados Unidos preocupados com recuo da democracia em África

As principais preocupações da agência norte-americana para a ajuda ao desenvolvimento (USAID) em África, durante a pandemia de covid-19, são os riscos de insegurança alimentar e "recuos da democracia", disse hoje um responsável do Departamento de Estado.

Estados Unidos preocupados com recuo da democracia em África
Notícias ao Minuto

18:02 - 04/06/20 por Lusa

Mundo Coronavírus

"As nossas preocupações principais em África agora são responder à doença covid-19, as questões de segurança alimentar e rutura nos acessos à comida, o impacto económico e recuos da democracia e a perda do progresso noutros setores do desenvolvimento", disse Christopher Runyan.

O coordenador do gabinete para África do Departamento de Estado falava numa conferência de imprensa virtual, em que a Lusa participou.

"Estamos especialmente preocupados por vários regimes usarem a covid-19 para restringir ainda mais o espaço público e democrático, ou ainda [para justificar] o atraso e cancelamento de eleições", afirmou o responsável.

Christopher Runyan referiu que vários regimes podem estar a realizar repressão em grupos populacionais, e estimou o aumento da violência sexual.

"Os extremistas procuram aproveitar-se da pandemia para recrutamentos e para testar a capacidade fraca dos governos", completou o coordenador do gabinete para África.

Segundo o Departamento de Estado, a África subsariana pode ainda não ter visto o pico da pandemia e permanece "particularmente vulnerável" devido à "fraca capacidade do sistema de saúde" e à "densidade populacional urbana com mau saneamento".

Nas palavras de Christopher Runyan, a malnutrição e subnutrição provocam particular preocupação, visto que a "rutura de cadeias de fornecimento de comida pode provocar instabilidade alimentar, principalmente nos centros urbanos".

O responsável acrescentou que os riscos são reais com a falta de recursos e dinheiro, encerramento de fronteiras e paragem das exportações, afetando a cadeia de fornecimento.

Segundo o coordenador do gabinete para África, os Estados Unidos da América (EUA) contribuíram com mais de mil milhões de dólares (882 milhões de euros) no combate global à covid-19, dos quais 400 milhões (352,6 milhões de euros) no continente africano.

Nos últimos 20 anos, os EUA já contribuíram com 60 mil milhões de dólares (cerca de 53 mil milhões de euros) no continente africano, treinando mais de 285 mil trabalhadores da saúde, em parceria com ministérios da saúde, hospitais e centros de saúde no continente, acrescentou Christopher Runyan.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 385 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

Em África, há 4.606 mortos confirmados em mais de 162 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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