Moçambique: Inspetor-geral da Defesa pede colaboração da população
O novo inspetor-geral da Defesa Nacional de Moçambique, Víctor Muirequetule, defendeu hoje que a colaboração da população é fundamental para vencer os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país.
© Lusa
Mundo Moçambique
O combate na província de Cabo Delgado "merece e precisa de muita colaboração", disse Víctor Muirequetule, em declarações momentos após tomar posse.
O novo inspetor-geral que ostenta a patente de major-general considerou que o sucesso na luta contra os grupos armados também depende da compreensão sócio-antropológica das comunidades das áreas em conflito.
Víctor Muirequetule assinalou que a complexidade da situação pode levar "quem não está no terreno a pensar que as Forças de Defesa e Segurança não estavam a fazer o seu trabalho".
"Guerra é guerra, mas queremos acreditar que com o empenho das populações, vamos lograr sucessos na área onde estamos a atuar", salientou.
O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Jaime Neto, participou na tomada de posse do novo inspetor-geral da Defesa Nacional e de outros quadros do setor, mas não prestou declarações à comunicação social.
Durante o discurso oficial, na única alusão à violência armada em Cabo Delgado e no centro do país, Jaime Neto apelou aos empossados para que ajudem as Forças de Defesa e Segurança a manter "prontidão combativa" nas duas regiões em conflito.
"Que os empossados persistam na sua autossuperação, preparação e prontidão combativa, mantendo o aprumo, o civismo e a disciplina, bem como a organização interna, de modo a suplantarmos os desafios que os teatros operacionais norte e centro nos apresentam", afirmou.
Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataque desde outubro de 2017 por insurgentes classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.
Desde há um ano, o grupo 'jihadista' Estado Islâmico passou a reivindicar algumas das incursões.
Em dois anos e meio de conflito, estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 600 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.
Desde março os grupos terroristas já ocuparam durante vários dias importantes povoações como Mocímboa da Praia, Muidumbe, Quissanga e Macomia.
No centro do país, desde agosto de 2019, incursões armadas atribuídas a uma dissidência da guerrilha da Renamo, principal partido da oposição, têm visado forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado mais de 20 mortos e vários feridos, além da destruição de veículos e outras infraestruturas.
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