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Protestos pacíficos são "compreensíveis" e "mais do que legítimos"

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, afirmou hoje que os protestos contra a violência policial nos Estados Unidos da América (EUA), desde que sejam sempre pacíficos, são "compreensíveis" e "mais do que legítimos".

Protestos pacíficos são "compreensíveis" e "mais do que legítimos"
Notícias ao Minuto

14:42 - 02/06/20 por Lusa

Mundo George Floyd

"Para nós (...) a regra é que o protesto pacífico deve ser sempre possível, mas deve ser pacífico", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, em Berlim.

Questionado diretamente sobre as manifestações que têm ocorrido nos últimos dias em várias cidades norte-americanas após a morte, na semana passada, de um cidadão afro-americano (George Floyd) durante uma intervenção policial na cidade de Minneapolis, Heiko Maas respondeu: "Espero que os protestos pacíficos não conduzam a mais violência e quero também manifestar a esperança de que estes protestos tenham um efeito nos Estados Unidos".

Alguns protestos degeneram em atos de violência, com relatos de destruição, pilhagens e incêndios.

"A mobilização pacífica que estamos a assistir nos Estados Unidos, com muitos gestos muito comoventes, inclusive por parte de agentes policiais norte-americanos, é compreensível e mais do que legítima", prosseguiu o chefe da diplomacia alemã.

No passado fim de semana, Berlim também foi palco de uma manifestação de solidariedade para com os protestos nos Estados Unidos contra a violência policial e o racismo.

A ação, que reuniu mais de 2.000 pessoas, decorreu perto da embaixada norte-americana na capital alemã.

Heiko Maas informou ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão tinha "contactado" os homólogos norte-americanos "para conhecer as circunstâncias exatas" de um incidente que envolveu uma equipa de reportagem do 'media' alemão Deutsche Welle, que foi ameaçada e agredida pela polícia em Minneapolis quando fazia a cobertura jornalística de uma manifestação.

"Os jornalistas devem poder fazer o seu trabalho sem riscos para a sua segurança", declarou o ministro alemão, frisando ainda que "os Estados democráticos devem aplicar os mais elevados padrões de proteção da liberdade de imprensa".

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd ter dito que não conseguia respirar.

O agente da polícia, Derek Chauvin, foi demitido, detido e acusado de homicídio.

Desde a divulgação do caso nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, que têm resultado frequentemente em confrontos com a polícia, com o registo de milhares de detenções, várias vítimas mortais e vários agentes da polícia alvejados.

Em várias cidades, incluindo em Washington, foi decretado um recolher obrigatório.

Na segunda-feira, numa declaração feita a partir da Casa Branca, o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu restaurar a ordem no país, ameaçando mobilizar as forças militares para acabar com a violência nas ruas.

"Sou o vosso Presidente da ordem e da lei e um aliado de qualquer manifestante pacífico" afirmou Trump, declarando que iria invocar uma lei de 1807 para mobilizar os militares em todo o país.

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