Anexação na Cisjordânia "não poderá ficar sem resposta", adverte Paris

A França apelou hoje ao novo governo de Israel para abandonar os seus planos de anexação de territórios na Cisjordânia, adiantando que uma tal decisão "não poderá ficar sem resposta".

Colonatos, Cisjordânia

© Reuters

Lusa
26/05/2020 17:33 ‧ 26/05/2020 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

"Apelamos ao governo israelita para se abster de qualquer medida unilateral, em particular a anexação", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês na Assembleia Nacional.

"Uma tal decisão não poderá ficar sem resposta", adiantou Jean-Yves Le Drian.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a defender na segunda-feira a anexação de partes da Cisjordânia, apesar das críticas das Nações Unidas, da União Europeia e de países árabes, além dos palestinianos.

Netanyahu disse que Israel tem uma "oportunidade histórica" que não pode ser desperdiçada para redesenhar o mapa do Médio Oriente.

O novo Governo israelita, que tomou posse há pouco mais de uma semana, deve pronunciar-se a partir de 01 de julho sobre a aplicação do plano para resolver o conflito israelo-palestiniano, que o presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou em janeiro.

O plano da administração Trump, rejeitado pelos palestinianos por favorecer o Estado hebreu, prevê a anexação por Israel do vale do Jordão (terras agrícolas que representam 30% da Cisjordânia) e dos colonatos no território palestiniano.

A anexação comprometerá as já reduzidas esperanças de uma solução de dois Estados.

Israel ocupou a Cisjordânia em 1967, na sequência da designada "Guerra dos Seis Dias". Desde então instalou 500.000 colonos judeus no território, mas nunca o reivindicou formalmente como território israelita devido à forte oposição internacional.

Na semana passada, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) informou Israel da interrupção na coordenação securitária, vital para a estabilidade da região, em resposta ao plano do governo israelita de anexar parte do território da Cisjordânia.

Os palestinianos informaram também a Agência Central de Informação (CIA) que os seus serviços de informação deixariam de partilhar informações com a secreta norte-americana.

A ANP, dirigida por Mahmud Abbas, suspendeu os contactos com a administração Trump em 2017, quando este reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Mas algumas relações não políticas mantiveram-se, como a coordenação entre os serviços secretos palestinianos e a CIA.

Segundo analistas, a cooperação dizia respeito a grupos armados palestinianos, como o Hamas, ou a combatentes locais suscetíveis de ligações a grupos 'jihadistas' como o Estado Islâmico.

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