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Equatoriana vive pesadelo. Em dias perdeu pais, marido e irmão com Covid

Paulina Carvajal fez um relato impressionante no Instagram.

Equatoriana vive pesadelo. Em dias perdeu pais, marido e irmão com Covid
Notícias ao Minuto

20:25 - 23/05/20 por Notícias Ao Minuto

Mundo Covid-19

A equatoriana Paulina Carvajal, de 39 anos, está a viver um pesadelo. Em apenas cinco dias, o novo coronavírus levou-lhe as pessoas mais importantes da sua vida. Os pais, o marido e o irmão morreram com Covid-19, na cidade portuária de Guayaquil, que está a ser devastada pela pandemia.

A mulher é talvez o caso mais dramático do “terramoto emocional e humanitário”, como descreve o jornal 20 Minutos, que se vive no Equador, onde os dados oficiais indicam que a Covid-19 já matou 3.056 pessoas e fez 35.828 infetados, mas cuja veracidade dos números é questionada não só pelos habitantes, como por muito meios de comunicação internacionais.

Num emocionante relato publicado na sua conta de Instagram, Paulina contou aos seus seguidores, no dia 3 de abril, o seu calvário.

“Já faz mais de uma semana que a minha família vive um pesadelo. Ainda não consigo acreditar em tudo o que passamos. Isto está a rasgar o meu coração. Primeiro o meu amado pai, poucas horas depois o meu lindo marido e parceiro de vida, depois a minha linda mãe e por fim o meu lindo irmão”, começou por contar a mulher.

“Embora tenha um imenso desejo de gritar e chorar, sei que não posso porque tenho de enfrentar isto para poder abraçar e cuidar das minhas duas filhas. Tenho a certeza que a força que Deus me dá e que me mantém firme é para isso. É pelos meus dois tesouros que prometo reerguer-me”, lê-se na publicação.

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Ha pasado más de una semana desde que empezó esta pesadilla para toda mi familia. Realmente aún no puedo creer todo lo que hemos pasado, es algo que me desgarra el corazón, primero mi papito amado, a las pocas horas mi esposo bello y compañero de vida, después mi madre hermosa y luego mi ñañito lindo que vio por nosotros hasta el final. Aunque tengo unas ganas inmensas de gritar, de llorar, de sacar esto que llevo dentro, estoy consciente que no puedo porque tengo que sanarme completamente para poder cuidar y abrazar a mis dos hijas. Estoy segura que sólo la fortaleza que Dios me da es la que me mantiene firme en esto y es por eso y por cada uno de los seres que tanto amo y que ahora no están conmigo que prometo levantarme y seguir por mis dos tesoros. Amado Dios ahora es cuando más tomaré de tu mano y haré que seas tú quien guíe cada uno de mis pasos. Tu propósito en mi y en mis hijas se verá cumplido. Lo prometo. Los amo a los 4 y que Dios los tenga en su gloria. #Teextrañoesposomio #teextrañopapitoymamita #teextrañoñañobello #Diosconnosotros

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Antes de concluir, Paulina apelou ainda a Deus: “Amado Deus, agora é quando vou precisar da sua mão. Só tu podes guiar os meus passos. O seu propósito para mim e para as minhas filhas será cumprido. Eu prometo. Amo-vos aos quatro e que Deus vos tenha em sua glória”.

Quase dois meses depois da tragédia, que aconteceu entre o dia 25 e 30 de março, a equatoriana deu uma entrevista ao 20 Minutos onde revelou que, na altura, toda a família estava infetada com o novo coronavírus, mas o pai, a mãe, o marido e o irmão eram as pessoas mais afetadas com os sintomas.

O marido de Paulina tinha diabetes e começou a apresentar sintomas dois dias antes de morrer. Apesar de se ter dirigido por duas vezes ao hospital com falta de ar, era sempre mandado para casa. Até que, quando já quase não tinha sinais vitais, decidiram interná-lo. “Não havia lugar. Ninguém o queria receber. Estava tudo a desmoronar”, disse.

Nesse mesmo dia, a equatoriana recebeu um telefonema do irmão a informá-la que o pai, de 77 anos, também tinha sido internado e que 90% dos pulmões tinham sido afetados pelo vírus. No dia seguinte, ambos morreram. “Foi horrível, nunca imaginei algo assim”, retratou.

E como se esta batalha não fosse suficiente para derrubar qualquer ser humano, alguns dias depois, o irmão, de 51 anos, e a mãe, de 71, começaram também a sentir sintomas e morreram poucas horas depois.

Paulina acredita que ela e uma das irmãs que vive na mesma zona, também infetadas, estão vivas “por milagre” e que foram salvas porque seguiram o conselho dado por outras três irmãs para não irem a nenhuma clínica. Apesar dos elevados custos com oxigénio e medicamentos, viúva acredita que valeu a pena.

Ainda durante a mesma entrevista, a equatoriana garantiu que não sabe como é que a família ficou infetada, mas suspeita que pode ter sido no trabalho.

Sensibilizadas com a grande tragédia que se abateu sobre a vida de Paulina e sabendo que esta continuava infetada, muitas pessoas uniram-se e geraram uma onda de solidariedade enviando bens alimentares para a sua casa.

Chegou a um ponto que Paulina teve mesmo de pedir que “deixassem de enviar comida”, contudo, está muito agradecida e admitiu à publicação espanhola que todo o carinho a está a ajudar a enfrentar o luto e a lutar pela vida.

“Sinto-me muito grata pelo amor de muitas pessoas que não conheço, mas que me seguem e me deixam mensagens de apoio”, disse.

Ainda durante a entrevista, Paulina denunciou a falta de testes no Equador e o colapso hospitalar do país.

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