Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Membros da Irmandade Muçulmana detidos no Egito

Cinco alegados membros da Irmandade Muçulmana, considerada uma "organização terrorista" pelo Governo egípcio, foram detidos por elaborarem reportagens "fabricadas" para "minar a segurança e estabilidade do país", anunciou hoje o Ministério do Interior.

Membros da Irmandade Muçulmana detidos no Egito
Notícias ao Minuto

22:14 - 22/05/20 por Lusa

Mundo Irmandade muçulmana

Em comunicado, o ministério precisa que os detidos são acusados de cooperar com líderes do grupo islamita -- no poder no Egito entre 2012 e 2013 -- e que se encontram na Turquia e no Qatar, para onde se exilaram muitos dirigentes e membros da Irmandade após o golpe de Estado militar de julho de 2013 contra o então Presidente Mohamed Morsi.

O ministério garantiu que os detidos recebiam "grandes quantidades de dinheiro com o objetivo de promover rumores, incitar contra as instituições estatais e comprometer a segurança e a estabilidade" do Egito.

Segundo as autoridades, o material audiovisual que elaboraram através de uma produtora e de um estúdio televisivo no Egito era enviado à Al Jazeera, um canal televisivo do Qatar proibido no país e acusado pelo Cairo desde há vários anos de promover "campanhas de desinformação" contra o Egito.

As forças de segurança inspecionaram os apartamentos dos detidos, a sede da empresa de produção e o estúdio, e encontraram computadores com programas de edição e um conjunto de documentários com "conteúdo fabricado sobre a situação interna" do Egito, acrescenta o comunicado.

O anúncio do Ministério do Interior surge após organizações de direitos humanos locais e internacionais denunciarem a contínua repressão da liberdade de imprensa e de opinião, que se acentuou no decurso das medidas de exceção adotadas para conter a pandemia de covid-19.

A organização não-governamental Rede Árabe para Informação de Direitos Humanos revelou a detenção de dez jornalistas entre 18 de março e 18 de maio, três dos quais acusados de "pertencer a um grupo terrorista" e de "difundir informação falsa", após terem participado na preparação de um documentário que foi vendido à Al Jazeera.

A acusação de "envolvimento num grupo terrorista", para além de ser dirigida aos membros da Irmandade Muçulmana, também tem sido atribuída a opositores e críticos do Governo egípcio que não estão relacionados com a confraria, mas com posições liberais ou de esquerda.

Diversas organizações de direitos humanos definem o regime egípcio do Presidente Abdel Fattah el-Sisi como um dos mais repressivos do mundo, e caracterizado por um recente e crescente aumento da opressão no exterior e no interior das prisões do país.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório