Bósnia investiga alegada má conduta policial em campo de migrantes
As autoridades bósnias vão realizar uma investigação interna sobre a conduta das forças policiais num campo de migrantes gerido pela ONU naquele país, após a denúncia do espancamento de um migrante alegadamente cometido por polícias, foi hoje divulgado.
© Reuters
Mundo Migrações
A representação da ONU na Bósnia-Herzegovina saudou o anúncio da abertura do inquérito, afirmando, num comunicado, que as autoridades bósnias devem "respeitar sempre as leis locais, bem como as normas e os padrões internacionais em matéria de direitos humanos".
A ONU já tinha pedido anteriormente a realização de uma investigação imediata sobre o incidente que alegadamente ocorreu no início deste mês no campo de Miral, na cidade de Velika Kladusa (noroeste do território bósnio).
Inicialmente, a polícia local rejeitou as acusações de brutalidade policial, alegando que tinha sido chamada a este campo de migrantes e refugiados para tentar pacificar uma multidão hostil, que estava a arremessar pedras durante um protesto contra as restrições de circulação impostas por causa da pandemia da doença covid-19.
Entretanto, um vídeo de 30 segundos, divulgado na Internet e partilhado esta semana por vários 'media' locais, mostrou uma situação em que alegadamente vários polícias aproximaram-se de um residente do campo de Miral, num momento de aparente calma, e começaram a bater-lhe com os punhos e com bastões.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU que gere todos os campos e centros de acolhimento temporário de migrantes na Bósnia-Herzegovina, tem vindo a denunciar a sobrelotação destes espaços desde meados de março, altura em que a polícia local começou a recolher os migrantes que estavam a dormir nas ruas e a levá-los para estas instalações.
Muitos migrantes entram ilegalmente na Bósnia-Herzegovina na esperança de continuarem viagem em direção à Croácia e entrarem assim no espaço da União Europeia (UE).
As autoridades bósnias têm manifestado recentemente uma insatisfação perante a concentração de milhares de migrantes no seu território, tendo o ministro da Segurança, Fahrudin Radonicic, proposto, em abril passado, uma deportação em massa.
Os dados apontam que os campos e centros geridos pela OIM acolhem atualmente 6.200 pessoas, o que representa quase um crescimento de 20% em relação a meados de março.
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