Venezuela. Troca de acusações por fim de emissão de operador de TV cabo
O Governo venezuelano e a oposição trocaram hoje acusações mútuas a propósito da suspensão dos serviços da Directv, a principal operadora de televisão por cabo do país.
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Mundo Venezuela
"Graças ao bloqueio criminal dos Estados Unidos da América, a Directv encerrou as suas operações na Venezuela. Imagino que os opositores (do Governo venezuelano) devam estar felizes comemorando", escreveu um deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) na sua conta do Twitter.
Pedro Carreño, que em 2002 acusou a Directv, durante um debate no parlamento, de ter "instalado um sistema bidirecional de televisão por cabo para gravar os venezuelanos, acusou a oposição de estar feliz com as sanções norte-americanas contra a Venezuela porque devido a isso o país "não tem alimentos, medicamentos, combustível, lubrificadores, peças de reposição".
"Agarrem aí, esquálidos (opositores) idiotizados que continuam a acreditar que tudo é (as sanções) contra (Nicolás) Maduro e não contra o povo", afirma.
Por outro lado, o líder da oposição, Juan Guaidó, atribuiu a suspensão dos serviços da Directv a "consequências de uma ditadura".
"Miraflores (palácio presidencial, sede do Governo) deve estar preparando outro exercício de propaganda, mas o planeta inteiro sabe que a decisão que afetou a Directv, e a todos na Venezuela, é mais uma consequência de uma ditadura, apoiada pelo narcotráfico e pela violação dos Direitos Humanos, que está usurpando o poder", escreveu na sua conta do Twitter.
Guaidó explicou que está "entrando em contacto com o provedor de serviços para conhecer quais as exigências que fazia a ditadura para continuar operando e avaliando possíveis reações, sempre na mesma direção: o retorno da democracia à Venezuela".
Mais de 2,5 milhões de famílias venezuelanas viram hoje suspenso o serviço de televisão por satélite da Directv, devido a uma decisão da norte-americana AT&T de suspender esse tipo de serviço na Venezuela.
A decisão tem a ver com a imposição de sanções pelos EUA contra o Governo venezuelano e o cumprimento da licença local de operação que exige que sejam transmitidos os canais Globovisión e Pdvsa, sancionados por Washington.
A suspensão que, segundo a imprensa local, afeta pelo menos 10 milhões de pessoas, apanhou os venezuelanos de surpresa, entre eles os portugueses, que deixaram de poder ver a emissão internacional do canal público português RTPi.
A empresa, com sede em Dallas, diz que a saída da sua plataforma televisiva na Venezuela, a Directv, é para cumprir as exigências das sanções económicas impostas pela Casa Branca contra o regime de Nicolas Maduro, a quem os EUA não reconhecem legitimidade política.
"Sendo impossível para a nossa unidade Directv cumprir os requisitos legais de ambos os países, a AT&T é forçada a encerrar as suas operações de televisão paga na Venezuela, uma decisão tomada pela equipa de liderança da empresa nos EUA", justifica a operadora, num comunicado hoje divulgado.
A AT&T é a maior empresa do mercado de televisão paga na Venezuela e foi uma das últimas grandes empresas norte-americanas a permanecer em operação naquele país da América Latina.
Nos últimos anos, a AT&T começou a sofrer fortes pressões por parte das autoridades norte-americanas, acusada de estar a cumprir diretivas do Governo de Maduro, nomeadamente cedendo na exigência de retirar cerca de 10 canais, incluindo o da estação noticiosa CNN, na sua versão em espanhol, por esta transmitir imagens de manifestações contra o regime venezuelano.
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