"Decidi anunciar-vos pessoalmente a minha demissão do cargo de primeiro-ministro do Lesoto. Queria que o ouvissem da boca do cavalo", disse Thabane à imprensa, na sua residência.
Porém, o chefe do executivo não especificou se a sua retirada será imediata.
No poder há quase três anos, Thomas Thabane, de 80 anos, tem sido contestado, desde que a justiça levantou a suspeita de que possa estar ligado ao assassinato da sua ex-mulher, em 2017, ocorrido alguns dias antes de tomar posse.
Pressionado pelo seu próprio partido, a Convenção de todos os Basoto (ABC) e a coligação governamental, o primeiro-ministro há muito que tem resistido a deixar o cargo e, até agora, só se comprometeu a sair "até ao final de julho".
No mês passado, colocou o exército nas ruas da capital, Maseru, para "restaurar a ordem" face aos seus inimigos políticos.
Mas os seus apoiantes retiraram-lhe oficialmente a confiança na semana passada, na Assembleia Nacional, e propuseram a nomeação de um novo chefe de Governo, o atual ministro das Finanças, Moeketsi Majoro.
O anúncio da demissão do primeiro-ministro surgiu hoje, após a aprovação oficial da nomeação de Majoro pelo Conselho de Estado e que deverá ser validada pelo parlamento quando este retomar os trabalhos, a 22 de maio.
O Lesoto, um enclave no meio do território da África do Sul, tem uma história política instável, desde a sua independência em 1966, pontuada por golpes militares.