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Bangladesh vive "pesadelo" com eventual surto na comunidade rohingya

As autoridades do Bangladesh estão "muito preocupadas" após ter sido confirmado um caso de covid-19 entre a comunidade de cerca de um milhão de refugiados rohingyas instalada no sul do país, temendo um "cenário aterrador".

Bangladesh vive "pesadelo" com eventual surto na comunidade rohingya
Notícias ao Minuto

19:24 - 15/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Segundo reporta hoje a France-Presse, os epidemiologistas temem já há vários meses a possibilidade de se registar um surto grave do novo coronavírus nos campos onde aquela comunidade muçulmana, que fugiu das perseguições da Birmânia, vive, a quase totalidade em condições de extrema pobreza e em condições degradantes.

As autoridades locais e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciaram na quinta-feira a deteção do primeiro caso oficial de covid-19 entre os refugiados rohingyas. Um segundo caso também foi detetado numa clínica dos campos, mas trata-se de um cidadão nacional que reside nos arredores dos centros de refugiados.

Para já, as autoridades de Daca enviaram uma equipa de investigadores para a região, com o objetivo de rastrear os contactos dos dois infetados, de os colocar em quarentena e para efetuar testes de despistagem, disse à France-Presse Catalin Bercaru, porta-voz local da OMS.

Hoje, um alto responsável dos serviços sanitários do Bangladesh adiantou que dois outros membros da comunidade rohingya testaram positivo -- uma mulher de 42 anos e um homem de 30. Desconhece-se, para já, se existe qualquer relação com os dois casos detetados na quinta-feira.

Mahbubur Rahman, responsável dos serviços de saúde da região meridional de Cox's Bazar, referiu que o anúncio dos dois novos casos "semeou o pânico" nos centros de refugiados.

O acesso a uma zona dos campos de refugiados, que abriga cerca de 5.000 pessoas, foi bloqueado por precaução.

"Fechámos completamente o acesso, impedindo a entrada ou saída de qualquer pessoa", sublinhou Rahman.

Daniel Sullivan, da organização não-governamental Refugees International, afirmou que a deteção do primeiro caso confirmado do novo coronavírus entre os refugiados "faz prever o pior, a concretização de um cenário aterrador".

Na ausência de grandes cuidados de saúde nos campos de refugiados, nomeadamente de cuidados intensivos, "enfrenta-se a possibilidade muito real de se assistir à morte de milhares de pessoas", alertou, por seu lado, Shamin Jahan da organização Save the Children.

Os campos de refugiados rohingyas, situados no distrito meridional de Cox's Bazar, estão isolados do mundo desde o início de abril, com as entradas e saídas dos centros reduzidas ao mínimo vital.

As autoridades de Daca, que decretaram o confinamento obrigatório em 26 de março, obrigaram as organizações humanitárias internacionais presentes no terreno a reduzir em 80% o pessoal que as integra.

Nas últimas 24 horas, o Bangladesh registou mais 1.041 casos de covid-19, elevando o total desde o início da pandemia para 20.065. O número de óbitos subiu mais 14, fixando-se em 298.

Os dados estatísticos, segundo especialistas, estão, porém, muito abaixo da realidade.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

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