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Polícia de Hong Kong exonerada de falhas durante protestos

O órgão de supervisão da polícia de Hong Kong exonerou-a hoje de falhas na resposta à contestação na cidade em 2019, concluindo que a raiva da população contra os agentes resultou de uma campanha de calúnias nas redes sociais.

Polícia de Hong Kong exonerada de falhas durante protestos
Notícias ao Minuto

16:03 - 15/05/20 por Lusa

Mundo Polícia

O relatório de mil páginas do Conselho Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), divulgado hoje, não deve agradar ao movimento pró-democracia, que continua a pedir uma investigação verdadeiramente independente ao que considera atos generalizados de brutalidade policial e que sempre viu este órgão como dependente do poder.

Hong Kong viveu de junho a dezembro do ano passado a pior crise política desde a transferência da sua soberania em 1997, com manifestações às vezes diárias contra a ingerência da China nos assuntos do território semi-autónomo.

A mobilização degenerou por vezes em violentos confrontos entre radicais armados com tijolos e cocktails Molotov e polícia anti-motim com gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Numerosas organizações de defesa dos direitos humanos, de Hong Kong e estrangeiras, acusaram a polícia de uso excessivo da força e vídeos de agentes a espancarem manifestantes tornaram-se virais.

Mas, no seu relatório, o IPCC exonera os agentes, afirmando que as acusações de brutalidade policial se tornaram "uma arma política" e argumentando que a polícia não é responsável pelo ressentimento da população contra ela.

"As manifestações foram e continuam a ser motivadas por mensagens de ódio perpétuas contra a polícia, em particular na Internet", afirmam os autores do relatório.

"Ao designar a ação da polícia de 'brutalidade', os manifestantes parecem ignorar a própria violência, os seus atos de vandalismo", adiantam.

Um grupo de especialistas internacionais nomeado para assessorar o conselho em novembro concluiu que o IPCC não possuía o poder e a capacidade de investigação independente para realizar um trabalho significativo, uma recomendação ignorada pelas autoridades.

Entre as suas conclusões, o IPCC considera haver "espaço para melhorias" em relação ao modo como a polícia atua nos confrontos com manifestantes, fazendo recomendações como uma revisão da estrutura de comando operacional da polícia, das suas diretrizes sobre o uso da força e do treino dos agentes.

A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, classificou o relatório de "exaustivo e objetivo" e assegurou que aceitará as suas recomendações.

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