A comunidade judaica norte-americana enfrentou o ano passado "o nível mais alto de atos antissemitas desde 1979", segundo a ADL, que aponta como exemplos um tiroteio numa mercearia kosher nos subúrbios de Nova Iorque no início de dezembro, um ataque com arma branca na casa de um rabi a norte de Nova Iorque no final de dezembro e o ataque contra uma sinagoga na Califórnia em abril.

A organização que luta contra o antissemitismo e o racismo contabilizou em 2019 um total de 2.107 atos antissemitas - agressões, assédio, vandalismo -, um novo recorde após um pico de 1.986 casos em 2017 e de 1.879 em 2018.

O ano de 2018 foi marcado pelo ataque contra a sinagoga de Pittsburgh, que causou 11 mortos, o ataque mais mortífero contra a comunidade judaica norte-americana.

As agressões físicas, que já tinham aumentado em 2018, subiram novamente e ascenderam a 61 em 2019 contra 39 no ano anterior. Mais de metade ocorreram na cidade de Nova Iorque.

O tiroteio na mercearia kosher de Jersey City a 10 de dezembro fez quatro mortos, incluindo um polícia, e o ataque na festa de um rabi da pequena cidade de Monsey, onde vive uma importante comunidade ortodoxa, causou cinco feridos, um dos quais acabou por morrer em março.

Tratou-se de um ano "sem precedentes para as atividades antissemitas, um período durante o qual muitas comunidades judaicas enfrentaram diretamente o mal", declarou o presidente da ADL, Jonathan Greenblatt, citado num comunicado.

Os atos de assédio também aumentaram, com 1.127 incidentes (mais 6% do que em 2018), tal como os de vandalismo, que chegaram aos 919 (mais 19%).

Com exceção do Alasca e do Havai, todos os restantes Estados norte-americanos registam atos antissemitas. Além de Nova Iorque, New Jersey, Califórnia, Massachusetts e Pensilvânia estão entre os cinco com maior número de incidentes.

Face a este recrudescimento "deve ser assegurado que as sinagogas e os locais comunitários têm medidas de segurança adequadas para evitar eventuais ataques", sublinhou Greenblatt.

"Vamos trabalhar com membros do Congresso e outros eleitos para garantir o financiamento e obrigar todos os estados a incluírem o tema do Holocausto no ensino, o que poderá ser o mais eficaz em termos de dissuasão", adiantou.

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