O Estado de Gujarat, de onde é originário o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, é um dos principais centros da pandemia de covid-19 na Índia, país com uma população de 1,3 biliões de habitantes que estão obrigados ao dever de confinamento desde o final de março.
Para controlar a situação, as autoridades mobilizaram mais de 700 paramilitares para as ruas das principais cidades de Ahmedabad, Surate e Vadodara, para verificar se as empresas continuavam fechadas.
"Como muitos fornecedores de hortaliças e donos de lojas testaram positivo nos últimos dias, todas as lojas, exceto lojas de leite e farmácias, foram obrigadas a fechar por pelo menos uma semana", disse Mukesh Kumar, funcionário público da cidade de Ahmedabad.
Os especialistas estão preocupados com o aumento da propagação do novo coronavírus no país, já o confinamento geral, que paralisou o país inteiro com dramáticas consequências humanas e económicas, está a começar a relaxar.
No último relatório oficial da sexta-feira, a Índia registou um total de 1.886 mortes com o novo coronavírus, em 56.342 casos confirmados, um número que deverá ser bem mais elevado, devido aos baixos níveis de triagem.
Se a situação sanitária continuar melhor do que a dos países ocidentais mais afetados, a Índia verá o seu número de casos dobrar, dentro de 10 dias, contra os 12 dias da semana passada, e as autoridades dizem que a Índia apenas atingirá o pico epidémico em julho.
"A Índia surpreendeu o mundo ao lidar com a crise de covid-19 com muito mais maturidade do que alguns dos países mais desenvolvidos", disse o ministro da Saúde, Harsh Vardhan.
"Tendo em conta todas as restrições, a Índia agiu rapidamente, com ambição, determinação e espírito determinado", explicou o ministro, referindo, em particular, as decisões de impor o confinamento geral muito cedo e de proibir voos internacionais.
O confinamento deu uma trégua às autoridades de saúde indianas para se equiparem para a luta contra o vírus.
"Penso que a Índia está a trabalhar a toda velocidade para garantir que enfrentemos qualquer eventualidade", disse Vardhan.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.