Governo sul-africano anuncia liberdade condicional para 19 mil presos
O Governo sul-africano anunciou hoje que vai conceder liberdade condicional a cerca de 19.000 presos, detidos por crimes não graves, como medida para evitar a propagação da covid-19 nas prisões, consideradas de alto risco.
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Mundo Covid-19
"O Presidente [Cyril Ramaphosa] deu este passo como resposta ao apelo das Nações Unidas para que todos os países reduzam as suas populações prisionais para que a distância social e o isolamento possam ser aplicados durante este período", jsutificou hoje a Presidência sul-africana, em comunicado.
A medida abrange quase 19.000 presos sul-africanos -- cerca de um oitavo do total da população prisional de 155.000 - e excluirá todos aqueles que cumprem penas por "crimes graves, incluindo crimes sexuais, homicídio, tentativa de homicídio, violência baseada no género ou abuso de crianças", adianta-se na nota.
As pessoas abrangidas pela medida continuarão a cumprir as suas penas em regime de liberdade condicional e, se violarem as condições de libertação, serão de novo presas, alerta.
Com esta medida, apesar de a criminalidade ser um problema grave na África do Sul, aquele país da África Austral está a seguir o caminho de outros no mundo - incluindo os seus vizinhos subsaarianos, como a Etiópia - que optaram por libertar prisioneiros, a fim de descongestionar as prisões.
A África do Sul, com 8.232 casos registados de infeção pelo novo coronavírus e 161 mortes, é o país de África com maior número de infetados pela pandemia de covid-19.
Estes números, de acordo com dados oficiais, incluem, pelo menos, duas mortes de presos e 172 infetados que ou estavam detidos ou trabalhavam em prisões.
Para tentar evitar um aumento explosivo dos casos, a África do Sul ordenou, atempadamente, medidas rigorosas de confinamento e implementou uma estratégia de rastreios e testes em massa da população.
De acordo com as estimativas do chefe da missão de resposta à pandemia na África do Sul, Salim Abdool Karim, o país conhecerá o pico da curva epidémica da covid-19 algures entre o final de julho e o início de setembro.
O número de mortos devido à covid-19 em África subiu hoje para 2.074, com mais de 54 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
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