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Autor do ataque em mesquita na Noruega em agosto declara-se inocente

O autor confesso do ataque a uma mesquita dos arredores de Oslo em agosto de 2019 declarou-se hoje inocente das acusações, invocando um ato de "justiça de emergência".

Autor do ataque em mesquita na Noruega em agosto declara-se inocente
Notícias ao Minuto

13:40 - 07/05/20 por Lusa

Mundo Oslo

Philip Manshaus, 22 anos, compareceu hoje num tribunal de Asker e Baerum, perto da capital da Noruega, para o início do seu julgamento por homicídio e ato terrorista.

A 10 de agosto de 2019, Manshaus abriu fogo no centro islâmico de Al-Noor, naquele subúrbio residencial de Oslo, mas foi dominado pelo fiéis, fazendo apenas um ferido ligeiro.

A polícia descobriu mais tarde na residência do suspeito o cadáver da meia-irmã de Manshaus, Johanne Zhangjia Ihle-Hansen, de 17 anos e de origem chinesa, morta com três tiros na cabeça e um no peito.

Segundo a acusação, depois de matar a meia-irmã, Manshaus deslocou-se de automóvel até à mesquita, próxima da residência, onde três homens preparavam as celebrações da festividade islâmica Eid-al-Adha.

O atacante, que envergava um capacete e um colete à prova de bala com uma câmara de filmar e estava armado com uma caçadeira e uma espingarda, disparou quatro vezes contra uma porta de vidro, antes de ser dominado por um dos homens que estavam na mesquita na altura, Muhammad Rafiq.

Durante o confronto físico, foram disparados mais dois tiros, mas ninguém foi atingido.

Muhammad Rafiq sofreu ferimentos ligeiros na luta.

Segundo a acusação, Manshaus teve motivação racista e inspirou-se no ataque de Christchurch, na Nova Zelândia, em março de 2019, em que Brenton Tarrant abriu fogo em duas mesquitas e fez 51 mortos.

O seu objetivo era, segundo a acusação, "matar tantos muçulmanos quanto possível".

Manshaus, identificado pelas autoridades como extremista de direita, admite os factos, mas afirma ter agido por "necessidade" por se opor à imigração de não-ocidentais.

Numa anterior comparência em tribunal, para o prolongamento da prisão preventiva, Philip Manshaus fez a saudação nazi.

O julgamento deve prolongar-se até 26 de maio.

Cerca de 30 testemunhas, incluindo os homens que estavam na mesquita e o pai de Manshaus, deverão testemunhar no julgamento.

Se for considerado culpado, o atacante pode ser condenado a até 21 anos de prisão.

A acusação admite que seja condenado ao internamento numa instituição psiquiátrica de alta segurança até deixar de ser considerado um perigo para terceiros.

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