Stanislaw Zaryn, porta-voz do chefe dos serviços de segurança do país, disse hoje que a Polónia continua a investigar e tem suspeitas de que o ataque possa ter vindo da Rússia, por apresentar as características de uma campanha liderada pelo Klemlin.

"A Polónia tem sido alvo de propaganda russa há muitos anos", disse Zaryn à Associated Press num comunicado, acrescentando que "ultimamente esses tipos de esforços se estão a intensificar cada vez mais".

Na conta do Twitter, Zaryn descreveu um ataque cibernético no site do War Studies Institute, uma academia de defesa de Varsóvia que treina líderes militares, onde foi publicada uma carta falsa em nome do reitor das escolas a pedir aos soldados que lutassem contra a "ocupação americana".

A mensagem da carta foi divulgada e noticiada em portais de notícias, incluindo um conhecido por publicar desinformação, disse.

"O conteúdo da carta correspondia às principais narrativas da propaganda russa contra a Polónia e os Estados Unidos", escreveu Zaryn.

Não houve comentários das autoridades russas sobre este incidente, mas no passado o governo russo negou o envolvimento em campanhas de desinformação.

Segundo Zaryn, as autoridades polacas acreditam que o objetivo dos ataques é semear o caos da informação, minar a moral dos soldados e despertar sentimentos antiamericanos, entre outras razões.

A mesma fonte alegou que o Kremlin está a tentar usar a crise do novo coronavírus para se libertar do seu isolamento internacional e convencer o Ocidente a suspender as sanções impostas à atividade russa na Ucrânia.

Soldados norte-americanos foram enviados para a Polónia e outras partes do flanco oriental da NATO depois da Rússia ocupar a Península da Crimeia da Ucrânia em 2014 e apoiar separatistas no leste da Ucrânia.

O objetivo dos Estados Unidos era pacificar a região e a chegada das tropas americanas foi bem-vinda por todos os principais grupos políticos da Polónia.

Leia Também: Covid-19: Polónia mantém escolas fechadas até 24 de maio