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Conservadores dos EUA manifestam-se contra medidas de contenção

Um grupo de ativistas conservadores norte-americanos vai manifestar-se no Wisconsin contra a manutenção de medidas de contenção, no combate à pandemia de covid-19, desafiando as instruções do governador democrata.

Conservadores dos EUA manifestam-se contra medidas de contenção
Notícias ao Minuto

17:23 - 24/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Contudo, na manifestação devem estar ausentes dirigentes do Partido Republicano, incluindo o senador Ron Johnson, que não parecem confortáveis em aparecer ao lado dos ativistas que pedem a reabertura rápida da economia, tentando contrariar decisões do governo estadual e os desejos do Presidente Donald Trump.

"Não os quero encorajar ou desencorajar", disse Johnson, cuja carreira foi lançada pela fação ultraconservadora do Partido Republicano "Tea Party", para explicar a sua ausência da manifestação no seu estado.

Ron Johnson disse compreender as razões do protesto, mas ao mesmo tempo lembrou a necessidade de manter regras de distanciamento social e de boa higiene.

Os manifestantes já anunciaram que vão usar os bonés de campanha do Presidente Trump, mas que não irão comparecer de máscaras de proteção, que estão a ser aconselhadas pelas autoridades sanitárias.

As sondagens indicam que os movimentos ativistas a favor do fim rápido das medidas de contenção têm índices de popularidade baixos.

Uma sondagem encomendada pela agência Associated Press e pelo Centre for Public Affairs revela que apenas 12% dos norte-americanos consideram que as medidas de contenção foram longe demais, embora entre os eleitores republicanos essa percentagem seja um pouco superior.

A maioria dos norte-americanos (61%) considera que as medidas dos seus governos estaduais têm sido corretas.

A impopularidade dos movimentos a favor da reabertura rápida da economia está a preocupar os dirigentes do Partido Republicano, temendo que a sua colagem a estes ativistas possa prejudicar as suas prestações eleitorais, nas eleições marcadas para dia 03 de novembro.

A par das eleições presidenciais, cerca de um terço dos lugares no congresso estará em jogo e os republicanos não querem perder o controlo do senado, nem ficar ainda mais minoritários na câmara de representantes.

"As sondagens são muito claras. E é por isso que os republicanos estão tão nervosos", disse Stephen Moore, membro de um grupo de reflexão conservador.

Ainda assim, uma rede de grupos conservadores mobilizou-se para apoiar todos aqueles que estão do lado do Presidente Trump, que tem pedido um rápido regresso dos negócios e da atividade social.

Na Carolina do Norte, por exemplo, o senador Thom Tillis, que está entre os senadores do Partido Republicano cujas eleições podem determinar se o partido mantém o controle do senado, tem sido repetidamente elogiado pelo governador democrata Roy Cooper, por apoiar a manutenção de medidas de contenção, contrariando os sinais lançados por Trump.

"Precisamos de informar as pessoas de que ainda não é hora de baixar a guarda", disse Tillis, na quinta-feira, durante uma teleconferência com os seus constituintes, depois de perceber que os estudos eleitorais indicam que ele pode sair prejudicado se ficar ao lado das posições da Casa Branca, pedindo um rápido regresso à nova normalidade.

Os Estados Unidos já registaram mais de 800.000 casos de infeção com o novo coronavírus, com cerca de 50.000 mortes.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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