"O atual nível de violência provocada pelos talibãs é inaceitável. Apelamos, com urgência, aos talibãs para diminuir a violência", escrevem os 30 Estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) numa declaração comum.
A tensão entre o Governo afegão e os talibãs subiu de tom nas últimas semanas por causa de uma troca de prisioneiros, ponto-chave do acordo assinado em fevereiro entre os Estados Unidos e os insurgentes.
No acordo, não ratificado pelas autoridades de Cabul, Washington prometeu retirar as forças estrangeiras em 14 meses se os talibãs respeitarem o compromisso de segurança e encetem negociações inter-afegãs.
A NATO, entretanto, decidiu reduzir a presença militar no país de 16.000 para 12.000 efetivos até ao verão.
"Toda a diminuição de efetivos será decidida em função das condições no terreno", precisou o secretário-geral da NATO, Jason Stoltenberg, na última reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, realizada por videoconferência a 02 deste mês.
A NATO, que considera o processo de negociações como uma "oportunidade histórica", apelou também aos talibãs para se envolverem nas discussões com Cabul na busca de uma solução de paz.
Nesse sentido, a Aliança Atlântica exortou também as duas partes em conflito a dar "mostras de boa vontade, acelerando o processo de libertação de prisioneiros" e a aceitarem o "apelo da comunidade internacional para um cessar-fogo imediato por razões humanitária".
A proposta prevê que Cabul liberte das cadeias 5.000 talibãs, enquanto os segundos devem entregar 1.000 soldados ao exército afegão.
Os talibãs rejeitaram quinta-feira a proposta de cessar-fogo de Ghani por ocasião do Ramadão, que começou hoje no Afeganistão, país em guerra civil há mais de 40 anos.
"Utilizar o argumento de que a vida dos milhares de prisioneiros estar em perigo por causa do coronavírus (...) para pedir um cessar-fogo não é racional nem convincente", escreveu, no Twitter, Suhail Shaheen, porta-voz dos talibãs, que acusou Cabul de "criar obstáculos ao processo de paz".