A decisão deste tribunal, sediado na Tanzânia, foi conhecida hoje e dá 30 dias à Costa do Marfim para a executar, noticia a AFP.
As autoridades costa-marfinenses emitiram em dezembro de 2019 um mandado de prisão contra Guillaume Soro, que é oficialmente candidato às eleições presidenciais daquele país, agendadas para outubro, acusando-o dos crimes de rebelião e desvio de verbas públicas.
O tribunal ordenou, igualmente, a suspensão da execução dos mandados de prisão que pendem contra 19 familiares de Soro, acusados de cumplicidade, que se encontram atualmente detidos, e a sua libertação provisória.
Um dos argumentos apresentado pelo Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos para esta decisão foi o facto de esta situação "comprometer seriamente o exercício dos direitos e liberdades políticas".
Guillaume Soro, que se encontra exilado em Paris, França, irá concorrer contra Amadou Gon Coulibaly, candidato da União dos Houphouëtistas pela Paz e Democracia (RHDP, na sigla em francês), partido que lidera a Costa do Marfim.
O atual Presidente deste país é Alassane Ouattara, de 78 anos.
O clima político é tenso na Costa do Marfim antes das eleições presidenciais de outubro, que se realizam 10 anos após a crise pós-eleitoral 2010-2011, que causou pelo menos 3.000 mortes e foi originada pela recusa do então Presidente, Laurent Gbagbo, em admitir a derrota para Alassane Ouattara.