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Especialistas dos EUA desaconselham uso de hidroxicloroquina

Um grupo de especialistas norte-americanos, sob alçada de institutos nacionais de saúde, desaconselhou formalmente os médicos a tratarem pacientes da pandemia de covid-19 com hidroxicloroquina e azitromicina, alegando riscos cardíacos.

Especialistas dos EUA desaconselham uso de hidroxicloroquina
Notícias ao Minuto

16:45 - 22/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

O duplo tratamento de hidroxicloroquina e azitromicina junto de pacientes com sintomas do novo coronavírus tem sido aconselhado por alguns investigadores médicos e foi recomendado de forma repetida pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, como uma terapia no combate à pandemia.

Um painel de dezenas de representantes de institutos nacionais de saúde dos EUA, bem como de responsáveis de organizações profissionais de médicos, universidades, hospitais e agências de saúde recomendou hoje não usar esse tratamento para a covid-19.

"Com exceção do contexto dos ensaios clínicos, o painel (...) recomenda não usar os seguintes medicamentos no tratamento da covid-19: a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, devido à possíveis toxicidades", alerta o grupo de especialistas, num documento hoje divulgado.

Os especialistas desaconselham ainda o uso de um medicamento usado no combate ao HIV, lopinavir/ritonavir.

"Atualmente, nenhum medicamento demonstrou ser seguro e eficaz no tratamento da covid-19", explica o painel de especialistas.

"Não há dados clínicos suficientes para recomendar ou aconselhar a cloroquina ou a hidroxicloroquina", escrevem os especialistas do painel.

"Se a cloroquina ou hidroxicloroquina forem usadas, os médicos devem monitorizar o paciente quanto aos efeitos secundários", alertam os especialistas, referindo que as moléculas desses químicos podem causar problemas no ritmo cardíaco de alguns doentes.

A hidroxicloroquina é administrada em terapia dupla com o antibiótico azitromicina em muitos hospitais em todo o mundo, e este 'cocktail' químico tem sido defendido pelo médico francês Didier Raoult, um cientista muito crítico dos especialistas que argumentam ser necessários mais testes clínicos para provar a sua eficácia.

Donald Trump também elogiou essa terapia, referindo-se a ela como "uma dádiva do céu" e aconselhando o seu uso, alegando que, mesmo que não tivesse efeito, "pelo menos não causará danos", em vários 'briefings' sobre a estratégia da Casa Branca para o combate à pandemia de covid-19.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 178.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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