Manifestações contra restrições acabam com vários detidos no Níger

Dez pessoas foram presas numa prisão de alta segurança após terem sido detidas durante manifestações violentas em Niamey, contra o recolher obrigatório e proibição de orações coletivas contra a pandemia de covid-19 no Níger, anunciou hoje a polícia.

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Lusa
21/04/2020 14:54 ‧ 21/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

De acordo com um comunicado da polícia, citado pela agência France-Presse, "180 manifestantes foram detidos na cidade de Niamey entre 17 e 19 de abril, dos quais 10 foram levados para a prisão de alta segurança de Koutoukalé".

A prisão de Koutoukalé (a 60 quilómetros da capital) é a mais bem guardada do país e com muitos elementos 'jihadistas'.

No domingo à noite registaram-se várias contendas entre as forças da ordem e os habitantes de vários distritos de Niamey, que se tinham manifestado contra as medidas tomadas para combater a propagação do novo coronavírus, incluindo o recolher obrigatório (das 19:00 às 06:00) e, especialmente, a proibição das orações coletivas neste país predominantemente muçulmano, alguns dias antes do provável início do Ramadão.

"Os indivíduos começaram a queimar pneus e a atacar a propriedade privada. Muitos bairros foram incendiados", disse na terça-feira à televisão estatal o governador da região de Niamey, Issaka Assane Karanta.

"Vimos motociclistas a largar pneus, a distribuir latas de gasolina, encontrámos veículos com autorização de circulação com os ocupantes a dar instruções aos manifestantes, o que significa que tudo isto foi bem planeado, bem organizado", afirmou.

Em Lazaret, um bairro operário de Niamey, a polícia dispersou os residentes com botijas de gás lacrimogéneo quando estavam prestes a fazer uma oração coletiva numa mesquita, de acordo com os moradores.

A operação degenerou rapidamente num motim e aos gritos de "a luta continua" e "não recuem", os manifestantes, na sua maioria jovens, queimaram pneus e ergueram barricadas de pedra nas ruas, adiantaram as fontes.

O Níger, um dos Estados mais pobres do mundo, registou 655 casos do novo coronavírus desde 19 de março, com 20 mortes, de acordo com um relatório do Ministério da Saúde publicado segunda-feira.

Em 12 de abril, o Governo prorrogou o isolamento de Niamey do resto do país, bem como o estado de emergência e o recolher obrigatório. Os locais de culto e as escolas estão fechados.

 

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