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"Correio para avós": Como Itália combate o isolamento dos mais idosos

Projeto Posta per Nonni visa por crianças e adolescentes a escreverem para os mais velhos. Ou seja, pôr os mais novos a cuidar dos mais velhos... como é possível em tempos de confinamento.

Notícias ao Minuto

15:25 - 21/04/20 por Notícias Ao Minuto

Mundo Posta per Nonni

Itália está há mais de um mês 'fechada em casa'. Atingido fortemente pelo surto de novo coronavírus, o país tentou proteger, numa primeira fase, os mais novos e os mais velhos cidadãos. 

Com crianças isoladas com as suas famílias em casa e com idosos muitas vezes solitários nas suas residências, um projeto nasceu para ajudar a combater o isolamento dos mais velhos.

Chama-se Posta per Nonni, que, traduzindo, significa correio para avós. A ideia é pôr os mais novos a escrever para os mais velhos, deixando-lhes, como poderá ver, mensagens de incentivo e força.

"Para os idosos é devastador ter que cortar a relação com familiares e amigos. Muitos já perderam o companheiro de vida, vivem realmente sozinhos. Com o passar dos dias, tudo se torna muito difícil", diz Silvia Cocchi, coordenadora das ações educativas da diocese de Bolonha, no norte do país, citada pelo jornal Folha de São Paulo.

Em conversa com uma funcionária de um lar, esta mulher percebeu rapidamente que os mais idosos não pretendiam muita atenção, para lá de um facto: falar. "Ninguém queria conversar sobre documentos e indemnizações, como de costume. Queriam falar, falar, falar", explicou.

A ideia, para lá das cartas, é também que os jovens preencham um curto formulário, indicando a sua preferência para um possível contacto telefónico e alguns minutos de conversa. Por necessidade de se encontrar tema comum, Cocchi explica que dão alguns temas 'comuns' a todos, como falar de comida, natureza ou história.

"Cozinha e natureza são os temas mais escolhidos. Criámos este sistema para ajudar a criança a estruturar a conversa. Porém, estamos a perceber que, depois dos primeiros minutos, elas seguem a conversa sozinhas, e as conversas se tornam diálogos sobre memórias e experiências. Transformou-se num relacionamento e é isso que os idosos mais precisam agora", conta Cocchi.

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