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Organização acusa militares do Burkina Faso de executarem 31 homens

Uma organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos acusou hoje as forças de segurança do Burkina Faso de terem executado 13 habitantes de Djibo, no norte do país.

Organização acusa militares do Burkina Faso de executarem 31 homens
Notícias ao Minuto

08:46 - 20/04/20 por Lusa

Mundo ONG

"As forças de segurança do Burkina Faso executaram aparentemente 31 homens, durante uma paródia brutal de uma operação antiterrorista suscetível de constituir um crime de guerra", declarou a diretora da Human Rights Watch (HRW) para a África Ocidental, citada em comunicado.

A ONG pediu às autoridades para "abrirem de imediato um inquérito imparcial sobre estes homicídios e levarem os responsáveis à justiça, independentemente da sua posição".

A HRW e organizações da sociedade civil do Burkina Faso denunciaram repetidamente violências perpetradas pelas forças de segurança contra a população e que causaram, de acordo com várias ONG, centenas de mortos, no âmbito da alegada luta contra os grupos extremistas, que multiplicam os ataques no país há cinco anos.

O Burkina é palco desde 2015, tal como os vizinhos Mali e Níger, de crescentes violências perpetradas por grupos extremista, acrescidas por vezes de conflitos intercomunitários. Ao todo, mais de 800 pessoas foram assassinadas e cerca de 860 mil deslocadas.

De acordo com um inquérito da HRW em Djibo, localidade situada a 200 quilómetros a norte da capital Ouagadougou, as forças de segurança tomaram como alvo os homens da comunidade Peule, uma etnia seminómada do Sahel. Peritos indicaram que os grupos extremistas recrutam membros entre esta etnia.

"Os habitantes disseram que dezenas de membros das forças de segurança estavam implicados na operação de 09 de abril, que começou cerca das 10:00 (11:00 em Lisboa) com detenções, para terminar perto das 13:30, quando foram ouvidos vários disparos", avançou a HRW.

"As vítimas foram detidas em vários bairros, quando davam de beber ao gado, ou andavam na rua, ou estavam sentadas em frente às suas casas", pelos militares, possivelmente oriundos do campo do Agrupamento das Forças Antiterroristas de Djibo.

Esta pequena localidade, com cerca de 20 mil habitantes, situa-se no centro de uma região frequentemente alvo de ataques de grupos fundamentalistas islâmicos.

A HRW disse à agência de notícias France-Presse ter enviado uma cópia do relatório para o Governo do Burkina Faso.

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