Donald Trump acusado de cometer "crime contra a humanidade"
Presidente dos Estados Unidos decidiu suspender financiamento à Organização Mundial de Saúde (OMS).
© Reuters
Mundo Covid-19
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está a ser acusado de cometer "um crime contra a humanidade", isto depois de na terça-feira ter anunciado que decidiu suspender o financiamento dos Estados Unidos à Organização Mundial de Saúde (OMS) em plena luta contra a Covid-19.
Richard Horton, chefe de redação da prestigiada revista médica The Lancet, recorreu às redes sociais para apontar o dedo a Trump, sublinhando que "todo o cientista, profissional de saúde e cidadão deve resistir e se rebelar contra a terrível traição à solidariedade global".
"A decisão do presidente Trump de suspender o financiamento à OMS é simplesmente isso - um crime contra a humanidade. Todos os cientistas, todos os profissionais de saúde, todos os cidadãos devem resistir e revoltarem-se contra esta terrível traição à solidariedade social", escreveu Richard Norton na rede social Twitter.
President Trump’s decision to defund WHO is simply this—a crime against humanity. Every scientist, every health worker, every citizen must resist and rebel against this appalling betrayal of global solidarity. https://t.co/7hTwUZ4lJV
— richard horton (@richardhorton1) April 14, 2020
Donald Trump anunciou esta terça-feira que vai suspender a contribuição do país à OMS, justificando a decisão com a "má gestão" da pandemia de covid-19.
Críticas de Bruxelas a António Guterres
Têm sido várias as críticas contra a decisão tomada por Donald Trump, e uma das mais recente chega de Bruxelas. A União Europeia lamentou "profundamente" a decisão dos Estados Unidos, considerando que "não há razão que justifique" esta atitude, sobretudo no atual contexto da pandemia de covid-19.
Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, lamenta a medida anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sustentando que "não há razão que justifique esta medida, numa altura em que os seus esforços são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia covid-19".
"Apenas juntando forças podemos superar esta crise que não conhece fronteiras", sublinha o chefe da diplomacia europeia.
Deeply regret US decision to suspend funding to @WHO. There is no reason justifying this move at a moment when their efforts are needed more than ever to help contain & mitigate the #coronavirus pandemic. Only by joining forces we can overcome this crisis that knows no borders.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) April 15, 2020
A decisão da Casa Branca mereceu também já reparos por parte do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que defendeu que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da OMS, "ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" responsável pela pandemia da covid-19.
"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a covid-19", salientou Guterres.
Now is not the time to reduce the resources for the operations of @WHO or any other humanitarian organization in the fight against #COVID19.-- @antonioguterres. Full statement: https://t.co/CmToWwh2wq pic.twitter.com/Um7bJRgz0Q
— United Nations (@UN) April 15, 2020
O apelo do secretário-geral da ONU foi corroborado por Amesh Adalja. O especialistas em doenças infeciosas da Universidade americana Johns Hopkins, reconheceu que a OMS cometeu alguns erros e que talvez precise de ser reformada, mas após a atual crise ter passado.
"Não é no meio de uma pandemia que se fazem este tipo de coisas", afirmou Amesh Adalja, citado pela Reuters.
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